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31/07/2020
Prossegue atuação de grupos de pressão para acirrar divisão na Igreja e na CNBB.

Prossegue atuação de grupos de pressão para acirrar divisão na Igreja e na CNBB.

31 de agosto de 2020

Conferência da CNBB inicia com Igreja dividida - Brasil 247

Por FratresInUnum.com

Foi divulgada ontem uma carta de apoio à carta dos bispos petistas contra o presidente da república. Apesar de que se tenha publicado que havia mais de mil padres signatários, a verdade é que houve 879 padres, 6 irmãos, 114 freis (dos quais não sabemos quantos são ordenados) e 59 diáconos (dos quais não sabemos quantos são permanentes).

Mesmo que o número possa impressionar num primeiro momento, a verdade é que, num universo de 27 mil padres, o número representa apenas 3,9% do clero brasileiro, de modo que há ainda 96,9% dos padres que não coadunam formalmente com esta radicalização e divisão. Ademais, a carta não revela a idade média dos signatários, que, desconfiamos, será bastante alta.

Em todo caso, o fator mais importante para a análise do fenômeno não são os dados meramente estatísticos, neste caso muito baixos e inexpressivos, mas são outros quesitos, que pensamos serem mais determinantes:

Verdade objetiva. Não podemos jamais equivaler a ideologia com a realidade. As filosofias que enfatizam demais a narrativa ou apenas as articulações dos discursos pressupõem a inexistência da verdade, coisa que é flagrantemente mentirosa. A verdade não apenas existe, como ela é a maior força que move o mundo. Esses padres podem protestar o quanto quiserem, mas os seus protestos não terão o sufrágio do povo fiel exatamente por irem contra os fatos, por serem incoerentes.

Tendência do processo histórico e o momento atual. Um movimento popular que seja contrário ao processo histórico em andamento não pode ter sucesso se não estiver identificado com os sentimentos em voga na própria população. O petismo e todos os movimentos que lhe são solidários recaíram sob a hostilidade do povo como um todo. A própria CNBB recaiu sob a mesma hostilidade e está numa crise de credibilidade na sociedade brasileira, depois de terem apoiado de modo tão acrítico os movimentos de esquerda. Se esse processo não for revertido, a Igreja perderá toda a sua credibilidade.

Adesão da opinião pública e índices de crescimento religioso. Não existe no Brasil nenhuma localidade em que exista um índice de crescimento da Igreja Católica, enquanto os índices de crescimento das comunidades pentecostais, intrinsecamente conservadoras do ponto de vista moral, não param de crescer. Essa defasagem católica, causada pela teologia da libertação, não poderá ser resolvida com mais teologia da libertação. Além disso, essa defasagem, ainda mais representada por número tão pouco representativo do clero, é maximamente pouco incisiva sobre a opinião pública.

Desmoralização intelectual da teologia da libertação. Quando aconteceu o assalto da Teologia da Libertação na década de 70, o povo católico não estava minimamente preparado, ninguém sabia do que se tratava. Hoje, está todo mundo muito advertido, inclusive pelo próprio Magistério da Igreja, de modo que a sua tentativa de ação contra o laicato provocará uma reação proporcional do próprio laicato, com o sepultamento definitivo desta ideologia, sepultamento que lamentavelmente não aconteceu até hoje. O discurso da TL está desgastado, os partidos de esquerda estão desmoralizados, não lhes resta senão o uso do jus sperniandi. É justamente o que eles fazem com essas notas e cartas.

Efeitos colaterais. Manifestações como essas não são isentas de um efeito colateral importante, que é a localização de onde estão os elementos de esquerda mais radicais no clero. O povo agora pode saber quem são, onde estão e como atuam. Desta forma, a neutralização desses agentes comunistas dentro da Igreja pode ser mais facilmente realizada pelo laicato, não necessariamente de modo belicoso.

Divisão na Igreja. Se a Igreja já está num processo social de enfraquecimento, quanto mais se ela se dividir por questões políticas tão ideológicas. A aposta do clero libertador é usar este momento atual como ponto de ignição de um processo revolucionário que detone a revolta na parte esquerdista do clero. Dentro dos grupos libertadores, agora o debate é “como tirar os neutros de cima de muro” e acirrar ainda mais o debate. Se os bispos morderem a isca, começarão um processo de desgaste eclesial interno ainda maior que, somado aos desgastes da epidemia, do abandono dos fieis, das dificuldades pastorais presentes, será insuportável e não poderá ter uma longa sobrevida. O corpo eclesial sofrerá demais com o agravamento dessa divisão.

Uma análise calma e atenta nos mostrará que, embora os inimigos históricos da Igreja estejam comemorando de modo tão efusivo essas manifestações de racha e contenda, na verdade, o caminho mais sábio e mais prudente não é este. A Igreja não está em condições para enfrentar uma oposição generalizada, por dentro e por fora; ela já não goza mais do prestígio que gozava justamente por embrulhar com suas bandeiras essas máfias políticas; e, sobretudo, não podemos perder os fieis que ainda nos restam e que são amorosos, devotos, piedosos e sinceros.

Fonte:https://fratresinunum.com/2020/07/31/prossegue-atuacao-de-grupos-de-pressao-para-acirrar-divisao-na-igreja-e-na-cnbb/




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