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25/02/2014
Perigos do Islã denunciados por um padre.

 Perigos do Islã denunciados por um padre.

quinta-feira, 19 de Dezembro de 2013 07:30

Carta aberta ao Papa Francisco sobre sua Mensagem aos muçulmanos por ocasião do encerramento do Ramadã
(Publicada em 30 de agosto de 2013 no site francês Islam & Vérité)


Santíssimo Padre,

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo que Vos confiou a missão de conduzir a Igreja!

Permiti-me, em nome de numerosas pessoas chocadas pela vossa carta aos muçulmanos por ocasião do Id al-Fitr [1] e em virtude do cânon 212 § 3 [2], comunicar-vos as reflexões desta Carta aberta.

Saudando com “um grande prazer” os muçulmanos por ocasião do ramadã, o qual é considerado um tempo consagrado “ao jejum, à oração e à esmola”, Vós pareceis ignorar que o jejum do ramadã é tal, que “a cesta média de uma família que faz o ramadã aumenta 30%” [3], que a esmola muçulmana se destina somente aos muçulmanos necessitados, e que a prece muçulmana consiste principalmente em rejeitar cinco vezes por dia a Fé na Trindade e em Jesus Cristo, a pedir o favor de não seguir o caminho dos transviados que são os cristãos... Ademais, durante o ramadã, a delinquência aumenta de modo vertiginoso [4]. Há realmente nessas práticas algum motivo de elogio possível?

Vossa carta afirma que devemos ter estima pelos muçulmanos, e “especialmente pelos seus chefes religiosos”, mas não dizeis a que título. Uma vez que Vos dirigis a eles enquanto muçulmanos, segue-se daí que essa estima se dirige também ao Islã. Ora, o que é para um cristão o Islã que “nega o Pai e o Filho” (1 João 2.22), senão um dos mais poderosos Anticristos, em número e em violência (Ap 20, 7-10)?

Como se pode ter ao mesmo tempo estima por Jesus Cristo e por aquele que se Lhe opõe?

Vossa mensagem nota em seguida que “as dimensões da família e da sociedade são particularmente importantes para os muçulmanos nesse período” de ramadã, mas o que não está dito é que o ramadã serve de formidável meio de condicionamento social, opressão e denúncia dos insubmissos ao totalitarismo islâmico, em suma, da negação total do respeito que Vós evocais... Assim, o artigo 222 do Código Penal marroquino estipula:

“Aquele que, notadamente conhecido por sua pertencença à religião muçulmana, rompe ostensivamente o jejum num lugar público durante o tempo do Ramadã, sem motivo admitido por esta religião, é punido com a prisão de um a seis meses e a uma multa”. E trata-se apenas do Marrocos...

Que “paralelos” Vós poderíeis encontrar entre “as dimensões da família e da sociedade muçulmana” e “a fé e a prática cristãs” quando o estatuto da família muçulmana inclui a poligamia (Corão 4.3 ; 33.49-52,59), o repúdio (Corão 2.230), a inferioridade ontológica e jurídica da mulher (Corão 4.38; 2.282; 4.11), o dever do marido de bater nela a seu bel-prazer (Corão 4.34), etc.?

Que paralelo pode haver entre a sociedade muçulmana, construída para a glória do Único, e que por isso não pode tolerar a alteridade nem a liberdade, nem tampouco, em consequência, distinguir os domínios religioso e espiritual – “Entre nós e vós, são a inimizade e o ódio para sempre, até que creiais somente em Alá!” (Corão, 60.4) – e a sociedade cristã que, porquanto construída para a glória do Deus Uno e Trino, valoriza o respeito às legítimas diferenças?

Dever-se-ia então entender por “paralelo” não aquilo que se assemelha e, portanto, converge para um ponto comum, mas aquilo que, pelo contrário, nunca se reúne?

Em tal caso, ajuda esse equívoco a clareza de vossa declaração?

Vós propondes aos vossos interlocutores refletir sobre “a promoção do respeito mútuo através da educação”, deixando crer que eles partilham convosco dos mesmos valores humanitários de “respeito mútuo”. Mas tal não é o caso.

Para um muçulmano, não existe natureza humana à qual se referir, nem bem conhecível pela razão: o homem e seu bem são somente aquilo que o Corão afirma. Ora, ele ensina aos muçulmanos que os cristãos principalmente, por serem cristãos, “não são senão impureza” (Corão 9.28), os “piores da criação” (Corão 98.6), “mais vis que os animais” (Corão 8.22; cf. 8.55) [5]...

Por acharem ser o Islã a verdadeira religião (Corão 2.208 ; 3.19,85) que deve dominar todas as demais até erradicá-las completamente (Corão, 2.193), os não muçulmanos só podem ser perversos e malditos (Corão 3.10, 82, 110 ; 4.48, 56, 76, 91 ; 7.144 ; 9.17,34 ; 11.14 ; 13.15,33 ; 14.30 ; 16.28-9 ; 18.103-6 ; 21.98 ; 22.19-22,55; 25.21 ; 33.64 ; 40.63 ; 48.13), aos quais os muçulmanos devem combater sem cessar (Corão 61.4,10-2 ; 8.40 ; 2.193) pelo ardil, (Corão 3.54 ; 4.142 ; 8.30 ; 86.16), pelo terror (Corão 3.151 ; 8.12,60 ; 33.26 ; 59.2) e por todas sorte de castigos (Corão 5.33 ; 8.65 ; 9.9,29,123 ; 25.77) como a decapitação (Corão 8.12 ; 47.4) ou a crucifixão (Corão 5.33), com vistas a eliminá-los (Corão 2.193 ; 8.39 ; 9.5,111,123 ; 47.4), e aniquilar definitivamente (Corão 2.191 ; 4.89,91 ; 6.45; 9.5,30,36,73 ; 33.60-2 ; 66.9). “Ó vós que credes! Combatei até à morte os incrédulos que estão perto de vós, e que eles encontrem em vós a rudeza...” (Corão 9.30 ; cf. 3.151 ; 4.48)…

Santíssimo Padre, ao se dirigir aos muçulmanos pode-se esquecer que eles seriam incapazes de se aventurar fora do que está estipulado no Corão?

Vossos apelos “a respeitar em cada pessoa, [...] primeiro sua vida, sua integridade física, sua dignidade com os direitos que dela decorrem, sua reputação, seu patrimônio, sua identidade étnica e cultural, suas ideias e suas preferências políticas” não seriam capazes de suavizar as imutáveis disposições dadas por Alá, algumas das quais acabo de enumerar. Mas se é preciso respeitar de outrem “suas ideias e suas preferências políticas”, como se opor então à lapidação, à amputação e a toda sorte de outras práticas abomináveis ordenadas pela sharia?

Vosso arrazoado não pode comover os muçulmanos: eles não têm lições para receber de nós, que não somos “senão impureza” (Corão 9.28). E se eles Vos felicitam apesar disso, como o fizeram os da Itália, é porque a política da Santa Sé serve enormemente aos seus interesses, por fazer a religião deles passar como respeitável aos olhos do mundo, fazendo crer que ela os leva a apreciar os valores universais que Vós preconizais...

Eles Vos felicitarão enquanto estiverem, como na Itália, em situação minoritária. Mas quando não mais for assim, acontecerá o que sucede em todos os lugares onde eles são majoritários:

todo grupo não muçulmano deve desaparecer (Corão 9.14; 47.4; 61.4; etc.), ou pagar a jyzaia para adquirir o direito de sobreviver (Corão 9.29).

Vós não podeis ignorá-lo; mas, então, como podeis, ocultando isso aos olhos do mundo, favorecer a expansão do Islã junto aos inocentes ou ingênuos assim enganados?

Considerais porventura os cumprimentos que Vos foram dirigidos como penhor da fecundidade de vossa atitude?

Vós ignoraríeis então o princípio da takyia, que ordena a apertar a mão que o muçulmano não pode cortar (Corão 3.28; 16.106).

Mas do que valem no fundo tais trocas de polidez? São Paulo não dizia:

“Se eu procurasse agradar aos homens, eu não seria mais o servidor de Cristo” (Gal 1.10)?

Jesus denunciou como malditos aqueles que são objeto dos louvores de todos (Lc 6.26). Mas se até vossos inimigos naturais Vos louvam, quem não Vos louvará?

A missão da Igreja é de ensinar as boas maneiras de se viver em sociedade?

São João Batista teria sido morto caso se contentasse em desejar uma bela festa a Herodes?

Dir-se-á talvez não existir comparação possível com Herodes, porque este vivia no pecado e estava no dever de um profeta denunciar o pecado. Mas se todo cristão se tornou um profeta no dia de seu batismo e se o pecado é não crer em Jesus, Filho de Deus Salvador (Jo 16.9) – do que se glorifica precisamente o Islã –, como poderia um cristão não denunciar o pecado que é o Islã e apelar à conversão “em tempo e contra o tempo” (2 Tim, 4.2)?

Uma vez que a razão de ser do Islã é substituir o Cristianismo – o qual teria pervertido a revelação do puro monoteísmo pela fé na Santíssima Trindade, de sorte que Jesus não seria Deus, não teria morrido nem ressuscitado, não haveria Redenção e Sua obra seria assim reduzida ao nada –, como não denunciar o Islã como sendo o Impostor anunciado (Mt 24.4, 11, 24) e o predador por excelência da Igreja?

Ao invés de caçar o lobo, a diplomacia vaticana dá a impressão de preferir alimentá-lo com suas lisonjas, não vendo que ele espera apenas crescer suficientemente para fazer aquilo que faz em todos os lugares onde ele se torna forte e vigoroso. Seria preciso lembrar o martírio vivido pelos cristãos no Egito, no Paquistão e onde quer que o Islã esteja no poder?

Como poderá a Santa Sé assumir a responsabilidade de afiançar o Islã apresentando-o como um cordeiro quando ele é um lobo disfarçado de ovelha?

Em Akita, a Virgem Maria nos preveniu:

“O demônio se introduzirá na Igreja porque ela estará cheia daqueles que aceitam os compromissos.”

Santíssimo Padre, como pode vossa carta afirmar que “principalmente entre cristãos e muçulmanos, o que somos chamados a respeitar é a religião do outro, seus ensinamentos, seus símbolos e seus valores”?

Como se pode respeitar o Islã, que blasfema continuamente contra a Santíssima Trindade e Nosso Senhor Jesus Cristo, que acusa a Igreja de ter falsificado o Evangelho e que procura suplantá-la (Apoc 12.4)?

Porventura não se comportaram como bons cristãos um Santo Irineu, que escreveu Contra as heresias; um São João Damasceno que escreveu Das heresias, onde ele ressalta “muitos absurdos tão risíveis relatados no Corão”; um São Tomás de Aquino com sua Suma contra os Gentios, e todos os Santos que se dedicaram a criticar as falsas religiões, para que Vós condeneis hoje retrospectivamente sua ação, como também a de alguns raros apologistas contemporâneos?

Deveria ser excluído o tema religioso do campo da cooperação entre a razão e a fé, tão encorajada por Bento XVI?

Se o apelo formulado em vossa carta for seguido, Santo Padre, seria então preciso, juntamente com a Organização da Cooperação Islâmica (OCI) [6], pedir a condenação em todas as partes do mundo de qualquer crítica ao Islã, e cooperar assim com a OCI para a disseminação deste – ele que ensina, repito, que estando o Cristianismo corrompido, o Islã vem substituí-lo... Por que querer amordaçar a apologética cristã, como deseja a OCI?

É evidente que não se semeia entre espinhos (Mt 13.2-9), mas começa-se por arrancá-los antes de semear. Por isso, não se pode simplesmente anunciar a Boa Nova da salvação a uma alma muçulmana, porque desde a mais tenra infância ela está vacinada, imunizada contra a Fé cristã (Corão 5.72; 9.113; 98.6...) e coberta de preconceitos, calúnias e toda sorte de falsidades a respeito do Cristianismo.

Portanto, cumpre necessariamente começar por criticar o Islã, “seus ensinamentos, seus símbolos e seus valores”, para desmontar nessa alma as falsas convicções que a tornam inimiga do Cristianismo.

São Paulo pede que se utilizem não apenas “as armas defensivas da justiça”, mas também “as armas ofensivas” (2 Cor 6.7). Onde estão estas últimas na vida da Igreja de hoje?

Oh, certamente, associar-se à alegria de uma simpática população ignorante da Vontade de Deus e desejar-lhe um bom ramadã não parece ser uma coisa má em si; era o que achava São Pedro quando foi legitimando os costumes judeus... com medo já então dos protomuçulmanos, que eram os judeus nazarenos! Mas São Paulo o corrigiu publicamente, mostrando-lhe que havia coisa mais importante a fazer do que procurar agradar os falsos irmãos (Gal 2.4, 11-14; 2 Cor 11.26; Corão 2.193; 60.4; etc.).

Se São Paulo teve razão, como negar que se deve criticar “a religião do outro, seus ensinamentos, seus símbolos e seus valores”?

Evitando qualquer crítica ao Islã, vossa carta justifica especialmente os bispos que vão colocar a primeira pedra das novas mesquitas, o que também eles fazem por cortesia, com a intenção de agradar a todo mundo e favorecer a paz civil. Quando amanhã seus fieis se tornarem muçulmanos, estes últimos poderão dizer que o fizeram por causa de seus bispos, que ao invés de os proteger lhes indicaram o caminho da mesquita... E poderão também dizer a mesma coisa a respeito da Santa Sé, porquanto ela lhes terá ensinado a não considerar o Islã como ele é verdadeiramente, mas a honrá-lo como bom e respeitável em si...

Vossa carta justifica vossos votos de boas-festas de ramadã, afirmando:

“É claro que, quando demonstramos respeito pela religião do outro ou quando lhes oferecemos nossos votos por ocasião de uma festa religiosa, nós procuramos simplesmente compartilhar sua alegria, sem que se trate com isso de fazer referência ao conteúdo de suas convicções religiosas.”

– Como se alegrar com uma alegria que glorifica o Islã?

A atitude que Vós preconizais, Santíssimo Padre, está de acordo com o mandamento de Jesus:

“Que a vossa linguagem seja ‘Sim, sim’; Não, não’: o que se disser a mais provém do maligno” (Mt 5.37)?

E ainda que se pudesse crer que desejando um bom ramadã não se peca – em razão de uma restrição mental que pretende negar o vínculo entre o ramadã e o Islã, o que mostra bem que tal comportamento é problemático –, está isso de acordo com a caridade pastoral, segundo a qual um pastor deve se preocupar pelo modo como seu gesto é interpretado pelos seus interlocutores?

Com efeito, ao nos ouvirem lhes desejar um bom ramadã, o que poderão pensar os muçulmanos?

De duas uma: ou que somos uns idiotas incompreensivelmente obtusos, malditos por certo por Alá, pelo fato de não nos tornarmos muçulmanos – uma vez que nossos augúrios lhes dão a entender que a religião deles não apenas é boa, pois capaz de lhes dar a alegria que lhes desejamos, mas também superior ao Cristianismo, porque posterior a este –, ou então que somos uns hipócritas que não ousamos lhes dizer na face o que pensamos de sua religião, o que equivaleria a reconhecer que temos medo deles e que eles já se tornaram nossos senhores.

Vendo-nos raciocinar como muçulmanos, poderão eles dar outra interpretação ao nosso gesto?

Inúmeros muçulmanos já me comunicaram seu contentamento pelo fato de Vós honrardes a religião deles. Como poderão eles se converter um dia se a Igreja os encoraja a praticar o Islã?

Como pensa a Santa Sé anunciar-lhes a falsidade do Islã e o dever que eles têm de abandoná-lo para se salvarem recebendo o santo Batismo?

Não está ela favorecendo o relativismo religioso – para o qual pouco importa o que diferencia as religiões, porque o único que conta é a bondade do homem, que o salva independente de sua religião?

Os primeiros cristãos se recusaram a participar das cerimônias civis do Império Romano, que consistiam em fazer queimar um pouco de incenso diante de uma estátua do imperador – rito, entretanto, louvável na aparência, pois que supostamente favorecia a coexistência e a unidade das populações tão diversas e das religiões tão numerosas do imenso Império Romano.

Os primeiros cristãos, para os quais a pregação do senhorio único de Jesus era mais importante do que qualquer realidade deste mundo, por mais que ela fosse da estima de seus concidadãos, preferiam assinar com seu sangue a originalidade da mensagem cristã.

É bem verdade que nós amamos ao nosso próximo – quem quer que seja ele, inclusive muçulmano – por ser membro da espécie humana como nós, querido e amado por Deus desde toda a eternidade, resgatado pelo Sangue do Cordeiro sem mancha.

Jesus nos ensinou, porém, a negar todo vínculo humano oposto ao Seu amor (Mt 12.46-50; 23.31; Lc 9.59-62; 14.26; Jo 10.34; 15; 25). Assim sendo, em nome de que fraternidade se poderia chamar os muçulmanos de “nossos irmãos” (cf. vossa alocução de 29-03-2013)?

Haveria, por acaso, uma fraternidade que transcenderia todos os engajamentos humanos – inclusive a comunhão com Cristo, rejeitada pelo Islã –, fraternidade essa que seria, em definitiva, a única a ter importância? Não, a vontade de Deus, que é de crermos em Cristo (Jo 6.29), faz com que “não conheçamos mais ninguém segundo a carne” (2 Cor 5.16).

A diplomacia vaticana pensa porventura que silenciando sobre a realidade do Islã ela poupará a vida dos infelizes cristãos nos países muçulmanos?

Não, o Islã continuará a persegui-los (Jo 16.2), quanto mais ao perceber que ninguém se opõe aos seus desígnios e porque tal é a sua razão de ser (Corão, 9.30). Não esperam esses cristãos – como todos os demais cristãos – senão que Vós lhes recordeis que ser perseguido por causa de Seu Nome (Mt 16.24; Mc 13.13; Jo 15.20) é a partilha de todo discípulo de Cristo aqui na terra, e uma graça insigne digna de júbilo?

Jesus mandou nada temer dos tormentos da perseguição (Lc 12.4), e aos nossos irmãos perseguidos por causa da Fé de se alegrarem pela oitava Bem-aventurança (Mt 5.11-12).

Não é essa alegria o melhor testemunho a ser dado?

Que outro melhor serviço prestar aos militantes muçulmanos que não temem morrer – de tal modo estão seguros de que vão gozar dos Houris que Alá lhes promete pelo preço de seus crimes – do que lhes mostrar que os cristãos se ufanam em dar suas vidas por puro amor de Deus e pela salvação de seu próximo?

Vossa carta evoca o testemunho de São Francisco, mas não diz que ele enviou frades franciscanos para evangelizar os muçulmanos do Marrocos, sabendo que os mesmos seriam ali muito provavelmente martirizados, como de fato aconteceu, e que ele mesmo empreendeu a tarefa de evangelizar o sultão Al Malik Al Kamil [7]. A verdadeira caridade denuncia a mentira e convida à conversão.

Santíssimo Padre, nós temos dificuldade em encontrar na vossa Mensagem aos muçulmanos o eco da caridade de São Paulo ordenando: “Não vos atreleis de modo disparatado aos infiéis. Com efeito, que relação há entre a justiça e a impiedade? Que união entre a luz e as trevas? Que acordo entre Cristo e Belial? Que associação entre o fiel e o infiel?” (2 Co 6.14-15); ou aquela do doce São João, de não acolher entre nós quem quer rejeite a Fé católica, de nem sequer cumprimentá-lo, sob pena de participar de “suas más obras” (2 Jo 7-11)... Saudar os muçulmanos por ocasião do ramadã não é participar de suas más obras? Quem odeia hoje até a sua túnica (Jud 23)? Por acaso, a doutrina dos Apóstolos não é mais atual?

É verdade que o Concílio Vaticano II convida os cristãos a esquecerem o passado. Mas isso não pode significar senão que é preciso esquecer os eventuais ressentimentos devidos às violências e injustiças sofridas pelos cristãos ao longo dos séculos, as quais foram infligidas, ao que nos consta, pelos muçulmanos. Porque interpretar de outro modo esse “esquecer o passado”, não seria condenar-se a reviver como outrora os mesmos infortúnios? Sem memória poderia sequer haver identidade? Poderíamos sem memória ter um futuro?

Santíssimo Padre, lestes a Carta aberta do Sr. Christiano Magdi Allam [8], ex-muçulmano batizado por Bento XVI em 2006, na qual ele anunciou que deixava a Igreja devido à conivência desta com a islamização do Ocidente? Esta carta é como um reboar de trovão no céu desbotado das negligências e tepidezes eclesiais, e deveria soar para nós como uma formidável advertência!

Santíssimo Padre: é pelo fato de a diplomacia não ser assistida pelo carisma da infalibilidade e por vossa Mensagem aos muçulmanos por ocasião do fim do ramadã não constituir um ato magisterial que eu tomo a liberdade de criticá-la de modo aberto e respeitoso (cânon 212 § 3) [9].

Vós considerastes sem dúvida que melhor do que falar de ‘teologia’ com os muçulmanos conviria dispor seus corações por meio de um ensinamento sobre o dever, entretanto elementar, de respeitar o outro. Sinto-me obrigado a dizer-Vos que, na minha opinião, tal ensinamento deveria se fazer fora de qualquer referência ao Islã, a fim de evitar toda ambiguidade a seu respeito.

Por que não por ocasião do Ano Novo ou do Natal?

Não é por certo sem razão que Bento XVI havia dissolvido o Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso e transferido suas prerrogativas ao Conselho Pontifício para a Cultura...

Dito isto, eu renovo meu compromisso de fidelidade à Cátedra de São Pedro na fé em seu magistério infalível, com a esperança de que todos os católicos que foram abalados em sua fé pela vossa Mensagem aos muçulmanos por ocasião do fim do ramadã façam o mesmo.


Padre Guy Pagès


[1] http://www.vatican.va/holy_father/francesco/messages/pont-messages/2013/documents/papa-francesco_20130710_musulmani-ramadan_fr.html
[2] “Segundo o saber, a competência e o prestígio de que eles gozam, eles têm o direito e mesmo às vezes o dever de dar aos Pastores sagrados sua opinião sobre aquilo que diz respeito ao bem da Igreja e de fazê-la conhecer aos outros fieis, ressalvadas a integridade da fé e dos costumes e a reverência devida aos pastores, e tendo-se em conta a utilidade comum e a dignidade das pessoas” (Cânon 212 § 3).
[3] http://www.leconomiste.com/article/897050-ramadan-dope-la-demande
[4] http://francaisdefrance.wordpress.com/2013/07/22/ratp-et-ramadan/
[5] “... ao mesmo título que o excremento, a urina, o cão e o vinho”, precisa o aiatolá Khomeini, em Principes politiques, philosophique, sociaux et religieux, Éditions Libres Hallier, Paris, 1979.
[6] http://ripostelaique.com/tandis-qualexandre-delvalle-denonce-loci-laurent-fabius-se-prosterne-devant-ses-representants.html
http://www.libertiesalliance.org/brusselsconference/icla-proceedings-brussels-2012/
[7] http://www.eleves.ens.fr/aumonerie/numeros_en_ligne/careme02/seneve008.html
[8] http://benoit-et-moi.fr/2013-II/articles/magdi-allam-quitte-leglise.html
[9] Cf. Nota 2


Islam&Vérité, Vendredi 30 Août 2013; http://www.islam-et-verite.com/blog/billets-d-humeur/lettre-ouverte-au-pape-francois-au-sujet-de-son-message-aux-musulmans-pour-la-fin-du-ramadan.html; sexta-feira, 30 de agosto de 2013, 14:07:22.


Ver artigo...

 

Fonte:http://confrariadesaojoaobatista.blogspot.com.br/2013/12/perigos-do-isla-denunciados-por-um-padre.html


 




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