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01/04/2016
FATIMA E OS «ERROS DA RÚSSIA», FERMENTOS DE PÉRFIDOS SOFISMAS

FATIMA E OS «ERROS DA RÚSSIA», FERMENTOS DE PÉRFIDOS SOFISMAS

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Por Arai Daniele

Como se sabe, a Rússia mencionada na Profecia de Fátima de 1917, estava para cair sob o poder soviético que, em nome das doutrinas «filosóficas» de Marx e Engels, iria devastar o mundo com o seu criminoso ativismo marxista-leninista.

Por sua vez essas «doutrinas» eram produtos de outras filosofices desvairadas surgidas na onda de um iluminismo racionalista sofístico, almejando revoluções contínuas para o evoluído homem moderno. Era o pensar revolucionário iluminista que iria prevalecer até na Sede do Catolicismo. Tudo elucubrado no sentido de descartar a Filosofia na qual se apoiava o pensamento católico acusado de não resolver os problemas humanos nas sociedades cristianizadas, e até de agravá-los com novos conflitos. Razão porque, um novo «pensamento» devia prevalecer para estabelecer «direitos» que neutralizassem os motivos de guerras.

Pelas guerras ligadas a esse espírito revolucionário, que continuam a devastar o mundo desde então e no momento presente se multiplicam na mais destrutiva irracionalidade, pode-se ver como as idéias filiadas a este espírito eram perversas. E aqui vamos repetir a frase simples mas essencial de Chesterton sobre o filósofo, que é o maior malfeitor moderno, na explicação mais detalhada de Jean Madiran:

“A filosofia de Descartes, que era homem de ordem e de razão, prepara a Revolução. A anarquia aparente de um São Francisco de Assis, a contraria radicalmente. O filosofo moderno, enquanto tal, é um malfeitor público. «O maior de todos os criminosos – dizia Chesterton – é o filosofo moderno, livre de toda lei». Livre da lei natural, ou do Decálogo, o filosofo moderno subverte toda possibilidade de educação e destrói, em pensamento e através do pensamento, as condições da vida. Tudo isto estava relegado à teoria, à retórica, virtual, implícita, inconsciente e apenas perceptível ao gênio de um Chesterton ou de um Péguy, de um Blanc de Saint-Bonnet ou de um Claudel. O peso real, o verdadeiro alcance de um pensamento, não o compreende muitas vezes os professores que o fracionam em fórmulas feitas, em series de palavras entrelaçadas umas nas outras, em capítulos de manual: esta espécie de moeda não deixa de ser uma moeda falsa, que afasta a verdadeira, que desintegra o pensamento, que degrada as almas. Chega um dia – o nosso – em que a filosofia moderna, naturalmente, atinge o seu último estágio de amadurecimento, de apodrecimento, e em que ao fim, consciente do que trazia em si, a ouvimos anunciar claramente o que era, sem saber muito bem, desde sempre. Eis aqui o que um filósofo moderno escreveu em 1966, em um numero de revista dedicado a um tal Jean Paul Sartre: «Fazer-se ouvir não é atrair a simpatia. É semear o terror. A filosofia de amanhã será terrorista. De forma alguma filosofia do terrorismo, senão filosofia terrorista, ligada a uma prática política do terrorismo».

Essa é toda a filosofia moderna que estava ligada substancialmente à pratica do terrorismo por ela iluminado. Semelhante declaração não espantaria em nada um Charles de Koninck e tampouco espantará um Gilson. O desiderato principal e último da filosofia moderna não está em um erro da inteligência, senão em uma revolta da vontade, é um «non serviam» universalmente destruidor. De Descartes – que certamente teria se horrorizado -, de Descartes a Kant, de Kant a Hegel, de Hegel ao coquetel molotov, a consequência é valida. Eu não vim vos dizer: “Eu” já havia dito… Sei que não inventei nada. Venho vos dizer: tudo está em Péguy. Principalmente. E em Chesterton. E em Charles de Koninck… e em uns vinte mais.  Cem vezes anunciado, desmontado, demonstrado. Com quarenta, cinquenta, sessenta anos de antecipação. A comédia que representa a Revolução tem suas paginas escritas ponto por ponto, há muito tempo, com todas as notas explicativas de rodapé. Já é hora de finalmente compreendê-la. Já é hora.” Jean MADIRAN (1920-2013). Después de la Revolución de mayo. Revista Verbo n. 67-68. Originalmente em Itineraires n.124, 1968.

Bem escrito, mas ainda falta o remate principal: do «aggiornamento» religioso. Pois, se esse pensar revolucionário descrito é sumamente perverso, como todo mal neste mundo ele encontrava um obstáculo justamente onde estava o «Império da Lei», o «Reduto da Lei Natural», onde estava a «Cidadela da Verdade». Se esse pensar revolucionário descrito concentrava toda a potencialidade perversa do mal, sempre houve, porém, no mundo uma consciência do bem, uma revelação que separava nas sociedades o bem do mal. Esta consciência à imagem e semelhança original de Deus, é a Consciência do Verbo que encarnou, para que os homens que n’Ele crescem tivessem uma defesa contra o mal neste mundo e a salvação no outro.

Desde que Deus veio ao mundo em Jesus Cristo e instituiu o reduto invencível da Igreja, não mais o espírito do mal podia operar solto pois estava contido no seu abismo de perversidade pelo Cristianismo. Este era o poder de que os homens passaram a dispor para frear o mal que está presente no mundo desde a rebelião original; era a chave para fechar esse abismo, posta nas mãos do Pontífice, representante de Cristo.

Dito isto, para o católico devia ser claro que esse poder, essa chave, cai nas mãos de quem, vestido de pontífice, abre ao mundo e fecha aos avisos divinos (Fátima) sobre erros desse mundo (Rússia), então foi aberto o abismo do mal. Então, muito mais que de Hegel ao coquetel molotov, a consequência é valida de João 23 ao desvario atual!

A Ordem cristã é aquela que usa a chave que abre à Verdade e fecha à falsidade e ao erro. Por isto é a única ordem capaz de dar a paz ao mundo se este a preservar para a ela recorrer contra os inevitáveis desvarios terrenos. Ela não destruía a liberdade da consciência com que o homem foi criado, mas a ordenava ao bem. Hoje está sumida!

É claro que almejar uma nova ordem mundial porque a Ordem cristã não trouxe a paz, à luz de tudo que foi ensinado, é sofisma. No mais das vezes as guerras passadas foram desencadeadas por falta da sabedoria de recorrer à justiça cristã, não o contrário. E na onda do sofisma descrito as guerras passaram a ser contra o mesmo Catolicismo, após a falsa reforma protestante e depois, contra o mesmo Cristianismo, após o domínio da nova ordem gnóstica liberal e maçônica. E isto continua até hoje.

Toda a desordem humana ocorre em torno à questão da liberdade. Come se vê esse desvario moderno de conflitos começou com o «livre exame» e agora vai à solta com o direito à mesma liberdade de consciência diante do erro e da liberdade religiosa diante de falsos cultos. Tudo faz ver que em verdade foi aberto o poço do abismo. Quem pôde fazê-lo senão quem tinha e usou a chave senão um anti-papa?

Hoje há uma concentração de poder oculto baseado em programas impingidos por cúpulas secretas. No momento esta estendeu os tentáculos de uma «ideologia gay»; da liberdade humana em relação à sua própria natureza pessoal, familiar e social. Segundo essa ideologia dever-se-ia poder escolher o próprio sexo pela «teoria gender» que atualmente seria imposta desde a educação infantil. Qual poder pode barrar essa monstruosidade senão o religioso? Mas a sua Sede está ocupada por quem abre.

Se a «revolução cultural» de cunho comunista procedeu da mente de Antonio Gramsci e das mentes da Escola de Frankfurt, o poder de sua implementação procedeu do regime soviético que estendeu os tentáculos de seu programa em células espalhadas pelo mundo para a subversão dos países ainda não comunistas. No Brasil essa base para os movimentos dos sem terra e do PT pode servir-se da força religiosa planejada pela TL, teologia da libertação. Isto foi planejado no Foro de São Paulo, concebido, como já descrito e lembrado, em espírito sovietizado por forças apátridas.

Quando o Olavo de Carvalho descreve o processo revolucionário, infelizmente não dá relevo suficiente para esse aspecto «religioso», que ficou evidenciado em Medelin e Puebla. Nessa época a tal revolução cultural-religiosa foi prevista por Nossa Senhora de Fátima já em 1917, descrita sob o nome genérico de «erros da Rússia». Sim, eram os muitos erros de diversas revoluções de todos os tipos que encontravam então no regime soviético o seu promotor armado global.

A infiltração cultural feita com as idéias básicas decididas pelos foros internacionais avança censurando tudo o que lhe é contrário em nome do termo inapelável da «grande cultura». Eis como entram os tais filósofos modernos, que nem precisam ser lidos. Basta que os livros com os nomes dos «grandes pensadores» do momento, como foram Hegel ou Reich, Marx e Engels, depois Lukas e Marcuse e até Umberto Eco, esteja nas salas, para que a todas as burguesias falantes sintam a imponente leveza da «grande cultura» dominante. Esta nem precisava ser discutida para emanar seu poder de atração «semiológica» de pensamento único, ou quase!

Contra essa «nova fé cultural» o que poderia contrapor-se senão a verdadeira Fé. Mas foi justamente essa a ser solapada, E o pior de tudo é que o foi por uma falsa cultura religiosa que avançou com os «soviets» conciliares, promotores de cursilhos sociais de conscientização e das comunidades de base para a libertação, e tudo o que podia ser para a «teologia» de uma nova ordem projetada na utopia de um devir cósmico.

Ao contrário desse utopismo, já se entende que toda verdadeira cultura deve ter base no real, em ramificações capilares ligadas à vida comum, às necessidade sociais do ser humano em função de como foi criado, corpo e alma, e do fim para que foi destinado. Qual entidade pode lembrar isto senão a Igreja?

Todavia, vê-se a reação revolucionária do Olavo de Carvalho que tece alianças até com os maçons, como se estes não fossem parte de múltiplas revoluções contra a Igreja. Uma destas é a da «democracia cristã» que estava no programa de Gramsci que dele iria se servir, como publiquei há anos. Não há dificuldade em demonstrar que o fato de querer domesticar o Cristianismo para uso social, é erro que entra num amplo projeto da cultura revolucionária; era já em ato no fim da Primeira Grande Guerra, seja devido às pressões das doutrinas anti-cristãs, seja pela visão “sillonista” dos fautores de um partido social-cristão.

Repito aqui as palavras de Gramsci ligadas à essa revolução principal que tem raízes religiosas modernistas no tempo de Bento XV, previsões que se realizaram.

“O Papado condenou o modernismo como tendência reformista da Igreja e da Religião Católica, mas desenvolveu o populismo, ou seja, a base econômica e social do modernismo”. Gramsci escreveu também em «Ordine nuovo» (2 de novembro de 1919), por ocasião da fundação do Partido Popular: “O catolicismo reapareceu à luz da história, mas tanto modificado quanto reformado, os «populares» representam uma etapa necessária no processo de desenvolvimento do proletariado italiano para o comunismo. O catolicismo democrático faz o que o socialismo não podia fazer: amálgama, ordena, anima e se suicida”. A palavra de ordem de Gramsci, arauto de uma filosofia humanista da práxis, era: “vamos envolver os católicos na colaboração com a gente e, em seguida, liquidá-los” (Cadernos do Cárcere).

Hoje, as idéias que querem reduzir o Cristianismo para fins secundários prevalece. Como foi possível que um liberalismo surrado, o democratismo condenado do «Sillon» e um falido socialismo, tenham chegado tão longe no mundo e infiltrados na mesma Igreja, apesar condenados pelos Papas do passado? A resposta para explicar esta escalada da insídia revolucionária no século XX, está, para o seu início, na infiltração do clero pelo modernismo; para a segunda metade, no derivado controle modernista e maçônico da hierarquia eclesiástica infiltrada.

Os «Papas de Fátima» e a hierarquia do início do século XX, que não deram atenção aos avisos proféticos da Mensagem de Fátima, permitiram que fossem promovidos os clérigos infetados a prelados da infiltração modernista e maçônica e até comunista, que os sucederam para desgraça da Igreja e do mundo. Hoje a pretensão de combater a torpe situação política que estrangula países como o Brasil, ignorando sua raiz de alteração religiosa, é tosca e vã. Como se o Foro de São Paulo e a fundação do PT não remontassem a proeminentes bispos que desde o início controlam a CNBB.

Com essa miopia letal vão passar do Lula e de Dilma à Marina Silva, para o aborto de toda ordem e civilidade no Brasil. Para o católico que ignora deliberadamente que deve antes almejar à ordem do Reino de Cristo e da Sua justiça, e que o resto vem por acréscimo, o resultado é viver no reino da desordem e da injustiça, que nenhum tipo de democracia pode reparar; é ignorar que os erros e ideologias perversas espalhados pela Rússia só podem ser sustados pela conversão dessa potência mundial.

Isso não é só verdadeiro porque está na Profecia de Fátima; está ali porque é verdade de valor também político e social para o nosso tempo: que Deus intervêm na História; intervêm pela conversão da Rússia, que será sinal da reconversão do Papado para a conversão de Roma e do mundo. Mas Deus que concebeu a História da Igreja militante sem nós, não a salvará sem nós. Isto é, sem que os cristãos reconheçam o estado em que se encontram aceitado serem governados por falsos cristos e falsos profetas.

O mal foi desencadeado tortuosamente com a eleição de um anticristo em 1958 e sua aceitação «universal». Eis o fermento que contamina o mundo com os sucessores. Até quando os católicos não reconhecerem a consequência da relação pela qual, mais que de Hegel ao coquetel molotov, é valida de João 23 ao desvario atual, não haverá saída porque o mal invisível à apostasia geral continuará instalado!  Só reconhecendo que o mal é religioso se poderá voltar à hora de um império cristão do bem contra todo o mal destilado em todos os campos hoje e em todo o mundo.  Uma volta que será possível através do recurso ao Imaculado Coração de Maria.

Salve Regina, Mater misericordiae!

Fonte: https://promariana.wordpress.com/2016/04/01/fatima-e-os-erros-da-russia-fermentos-de-perfidos-sofismas/




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