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23/07/2016
A Ascensão dos Neo-Casuístas

A Ascensão dos Neo-Casuístas

Uma nova voz importante é nada mais nada menos que a de Monsenhor Michel Schooyans, que foi conselheiro próximo do Papa João Paulo II e confidente do Papa Bento XVI, “emitiu uma advertência grave sobre a atual trajetória da Igreja Católica”

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Christopher A. Ferrara | FatimaNetWork – 13 de Julho de 2016: Entre os Bispos só se ouve o cantar dos grilos, enquanto Francisco alegremente vai seguindo em frente. “Sou por natureza inconsciente e por isso sigo em frente”, foi o que Francisco disse despreocupadamente a um grupo de estudantes no Vaticano, em Maio passado.

No entanto, os leigos e alguns sacerdotes corajosos estão a crescer em número para fazerem soar o alarme sobre o curso temerário deste Pontificado. Uma nova voz importante a este respeito é nada mais nada menos que a de Monsenhor Michel Schooyans, que foi conselheiro próximo do Papa João Paulo II e confidente do Papa Bento XVI, e que, como relata o LifeSiteNews, “emitiu uma advertência grave sobre a atual trajetória da Igreja Católica.”

O Life Site News publicou um relatório feito por Schooyans cujas conclusões não poderiam ser mais arrasadoras para o mito do Pontificado Bergogliano de “misericórdia” e “simplicidade” que deixa para trás o “rigorismo” farisaico do passado. Pelo contrário, Schooyans adverte que o Sínodo sobre a Família “revelou… um profundo mal-estar na Igreja” cujos sintomas incluem “debates recorrentes sobre a questão das pessoas divorciadas e re-casadas, modelos de famílias, o papel das mulheres, o controle da natalidade, as ‘barrigas de aluguel’, a homossexualidade, a eutanásia”. Pura e simplesmente — diz Schooyans —“A Igreja é desafiada até aos seus fundamentos.”

Exatamente! Isso foi óbvio durante os três últimos anos. Mas a análise de Schooyans traz uma luz nova e chocante sobre a situação. Escreve acerca dos “mandatos dos novos juristas, herdeiros dos escribas e Fariseus” — o que significa, evidentemente, o Cardeal Kasper, o Cardeal Baldisseri, o Cardeal Marx, o Arcebispo Fernández (“o Arte de Beijar”), O Arcebispo Bruno (“que valoriza” a “orientação homossexual”), Forte e o resto da quadrilha de loucos, sofistas e ultra-modernistas de que Francisco se tem rodeado no seu círculo interior. Isto é: trata-se da mesma quadrilha que inventou o Falso Sínodo, do princípio até ao fim.

Com uma ironia magnífica que penetra como uma faca, Schooyans — sem nomear aqueles de quem fala, embora saibamos de quem se trata — escreve sobre o “regresso da Casuística, que se crê ter permitido a moralistas examinarem e solucionarem assuntos de consciência. Certos moralistas têm a intenção de oferecer soluções que agradem a quem recorre ao seu superior conhecimento. Entre os casuístas de ontem e de hoje, os princípios fundamentais da Moral estão eclipsados pelas opiniões (frequentemente divergentes) pronunciadas por estes importantes conselheiros espirituais.”

E depois, há estas observações assombrosas do conselheiro e confidente dos dois antecessores imediatos de Francisco:

    Progressivamente, as regras de comportamento que procedem da vontade do Senhor e são transmitidas pelo Magistério da Igreja estão a definhar na decadência. A avaliação moral dos atos pode então ser modificada. E, não contentes com terem abafado esta avaliação, os casuístas querem transformar a própria lei moral. Será essa a tarefa de casuístas, confessores, conselheiros espirituais, e, às vezes, também de Bispos. Todos devem ter a preocupação de agradar…

    Para agradar, o conselheiro espiritual terá de abrandar o rigor da Doutrina transmitida pela Tradição. O pastor terá de adaptar as suas palavras à natureza do Homem, cujas paixões o levam, naturalmente, ao pecado. Daí, o facto de progressivamente se relegarem as referências ao pecado original e à graça. A influência de Pelágio (um frade de origem britânica) é evidente: o Homem deve salvar-se a si mesmo e tomar nas próprias mãos o seu destino. Dizer a verdade não faz parte do papel do casuísta, que deve cativar, apresentar uma linha de argumento que seja atrativo, congraçar-se com os outros, e tornar fácil a salvação, agradar àqueles que são ávidos do que pode excitar os ouvidos. (2 Timoteo 4:3)

Schooyans diz tudo — exceto que o líder da quadrilha é Francisco; mas não há necessidade de afirmar aquilo que é óbvio. Ele salienta simplesmente todo o programa sinodal e pós-sinodal de Francisco – principalmente a Amoris Laetitia — para subverter o ensino e a disciplina constantes da Igreja quanto à admissão aos Sacramentos dos divorciados e “re-casados”. Escreve ele:

    Os Neo-Casuístas [isto é: Francisco e companhia] mostram um grande interesse pelo caso das pessoas divorciadas que estão “re-casadas”. Como noutros casos acontece, as diferentes etapas da sua abordagem fornecem uma ilustração perfeita da tática do salame. Segundo esta tática, o que nunca se concede como um todo é concedido fatia a fatia. Assim, sigamos o processo.

    Primeira fatia: no ponto de partida encontramos, evidentemente, referências ao ensinamento das Sagradas Escrituras sobre o Matrimónio e à doutrina da Igreja sobre esta questão. Segunda fatia: Põe-se a ênfase nas dificuldades em “receber” este ensinamento. Terceira fatia, em forma de pergunta: -Estarão as pessoas divorciadas e “re-casadas” em estado de pecado grave? A quarta fatia consiste na entrada em cena do conselheiro espiritual, que ajudará as pessoas divorciadas e “re-casadas” a “discernir” — ou seja, a escolherem o que mais lhes convém para a sua situação. O conselheiro espiritual deve mostrar-se compreensivo e indulgente. Deve mostrar compaixão; mas o que é compaixão?

    Com efeito, para o casuísta, quando se empreende a avaliação moral de um ato, a preocupação em ser compassivo deve ter precedência sobre a avaliação de ações que são objetivamente más: o conselheiro deve ser clemente, adaptar-se às circunstâncias. Assim, com a quinta fatia de salame cada indivíduo será capaz de discernir, pessoalmente e em plena liberdade de pensamento, o que mais lhe convém. [quebras de parágrafo e ênfase acrescentadas]

Isto já nos é conhecido, não é? Em suma: com Francisco, a Igreja testemunha agora a ascensão daquilo que Francisco condenou tão ostensivamente nos outros: o Neo-Farisaísmo, a Neo-Casuística e o mais conhecido de todos, “o Neo-Pelagianismo”. Nunca antes na História da Igreja existiu um Papa assim! Como poderá ver-se esta situação assombrosa senão como apocalíptica – no sentido de “muito crítica ou catastrófica” — mesmo se não estamos ainda a experienciar o autêntico Apocalipse de São João?

-Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!

Fonte: http://www.sensusfidei.com.br/2016/07/23/a-ascensao-dos-neo-casuistas/#.V5Pu9aIwDt8




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