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26/11/2016
Papa: telegrama de condolências pela morte de Fidel Castro

Papa: telegrama de condolências pela morte de Fidel Castro

O Papa Francisco enviou uma mensagem de condolências ao Presidente da república de Cuba, Raul Castro, pela morte, na noite desta sexta-feira dia 25 de Novembro, às 22,29 horas locais de Cuba do seu irmão Fidel Castro, antigo Presidente do Conselho de Estado da República de Cuba

http://media02.radiovaticana.va/photo/2016/11/26/ANSA1112696_Articolo.jpg

<<Ao receber a triste notícia do falecimento do seu querido irmão, lê-se na mensagem, o excelentíssimo Senhor Fidel Alejandro Castro Ruz, Ex Presidente do Conselho de Estado e do governo da República de Cuba, exprimo os meus sentimentos de pesar a vossa excelência e aos demais familiares do dignatário defunto, assim como ao governo e ao povo dessa amada nação. Ao mesmo tempo garanto a minha oração ao Senhor para o seu descanso e cofio à todo o povo cubano à materna intercepção de Nossa Senhora da caridade do Cobre, Matrona desse país. Papa Francisco>>.


Fonte> http://pt.radiovaticana.va/news/2016/11/26/papa_telegrama_de_condol %C3%AAncias_pela_morte_de_fidel_castro/1275075

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Não, Papa, minhas condolências vão às vítimas de Fidel, e somente a elas.

“A misericórdia transvestida de endosso à genocidas é tudo, menos misericórdia cristã”

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Por Pedro Henrique - Filósofo e escritor. Colunista do Instituto Liberal de Minas Gerais e da revista digital Sociedade Pública.

O Papa endossar a morte de um genocida com cumprimentos ao irmão de Fidel “ex-presidente”[1] de Cuba, isso sim me parece um grande erro. Fidel era um ditador, e não um presidente; um assassino em trono real, não um político honrado, como apontou Dilma[2]. Ainda que como cristãos devemos esperar que ele tenha alcançado a conversão e o arrependimentos de seus atos, nem que tenha sido no último segundo de vida, isso não significa que devemos nos abster ou fazer vista grossa às atitudes demoníacas que Fidel promoveu em vida. Foram centenas de milhares de mortos por sua consciência revolucionária, além dos centenas de milhares escravizados e mantidos em regime ditatorial desde o fim da década de 50.

Saudar Fidel é o mesmo que desrespeitar a memória de São João Paulo II que tanto lutou contra o comunismo, é o mesmo que menosprezar todos aqueles cristãos que derramaram seu sangue ante essa ideologia genocida. Saudar e apiedar-se de Fidel é o mesmo que cuspir em cada túmulo, em cada uma das vítimas desse ditador. Desculpe-me Santo Padre, mas eu não dou minhas condolências aos familiares de Fidel, prefiro guardar minhas lágrimas para aqueles que dele foram vítimas.

São inúmeras as obras que nos contam como é a vida em Cuba. A illha do doutor Castro, de Cirinne Cumerlato e Denis Rousseau, por exemplo, nos mostra em detalhes o sistema comunista falido em que Cuba se cambaleia, além das restrições escravizantes em que muitas pessoas vivem. Cuba sobrevive do ilegalismo, como dos prostíbulos e turismos sexuais mundialmente aclamados, das cidades modelo feitas para garimpar dinheiro de ricaços, e de campos de trabalho forçado que nunca são mostrados pelo globo repórter ou pelo fantástico; Antes que anoiteça, obra do poeta e homossexual Reinaldo Arenas, perseguido por ser gay e ex-exilado dos EUA (ele já está morto), foi um dos mais louváveis e corajosos escritores que Cuba já teve. Sua obra nos relata uma vida de perseguições, escravização de campos de trabalho forçado, doutrinações em massa, torturas psicológicas e outras coisas mais; Fidel: o tirano mais amado do mundo, de Humberto Fontova, Humberto nos mostra casos absurdos de perseguição e abate de famílias inteiras pelo governo cubano, além das tramas políticas de Fidel para manter o país em suas mãos.

Enfim, minhas condolências se reservam única e exclusivamente aos familiares daqueles que fugiram para outras nações em busca de dignidade, e que hoje convivem com a saudade e as restrições das liberdades mais basais em Cuba; minhas condolências vão àqueles abatidos em alto-mar por helicópteros cubanos, àqueles que vivem em prisões desumanas — como as descritas por Reinaldo Arenas — , àqueles que trabalham por comida e mesmo assim são obrigados seguirem a caderneta de compras do governo.

Que Fidel tenha se convertido, isso é o máximo que eu lhe desejo, que ele agora encontre a justiça de Deus. Mas nunca, nunca darei a ele minhas lágrimas, nunca despojarei meus pêsames diante de um ditador.

A misericórdia transvestida de endosso à genocidas é tudo, menos misericórdia cristã. Os que se compadecem de um ditador matam novamente aqueles que sucumbiram diante dele, diante de uma mente capaz de fazer tudo em nome de tronos políticos, inclusive matar multidões; quem chora por Fidel acaba por cuspir nos túmulos anônimos e conhecidos daqueles que foram engolidos pela sede de poder desse déspota; quem chora por Fidel são os mesmo que gritariam por Barrabás.

Quem poupa lobos…

Referências:

[1] http://www.agencia.ecclesia.pt/noticias/vaticano/vaticano-papa-francisco-lamenta-morte-de-fidel-castro/

[2] http://blogs.oglobo.globo.com/agora-no-mundo/post/dilma-rousseff-lamenta-morte-de-fidel-motivo-de-luto-e-dor.html

Fonte> https://medium.com/do-contra/n%C3%A3o-papa-minhas-condol%C3%AAncias-v%C3%A3o-%C3%A0s-v%C3%ADtimas-de-fidel-e-somente-a-elas-4b869a3900bf#.70y5sf13n




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