Sinais do Reino


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15/09/2018
A PROPAGAÇÃO DA APOSTASIA PELA VIA DA OBEDIÊNCIA

A PROPAGAÇÃO DA APOSTASIA PELA VIA DA OBEDIÊNCIA

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por Pro Roma Mariana

Escutemos o Papa Leão XIII, num trecho da sua encíclica "Humanum Genus", promulgada em 20 de Abril de 1884:

«O Género Humano, depois que pela inveja de Lucífer, se rebelou desaventuradamente contra Deus Criador e Doador dos Bens Sobrenaturais, dividiu-se como que em dois campos diversos e inimigos entre si; um deles combate, sem cansaço, em favor do triunfo da Verdade e do Bem; o outro, pelo triunfo do mal e do erro.

O primeiro é o Reino de Deus sobre a Terra, isto é, a verdadeira Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo; e quem lhe quiser pertencer, com afecto sincero, e como convém à salvação, deve servir com toda a sua mente e todo o seu coração a Deus e a Seu Filho unigénito. O segundo é o reino de satanás, e são seus súbditos os que, seguindo o exemplo funesto do seu chefe e dos progenitores, SE RECUSAM A OBEDECER À LEI ETERNA E DIVINA, E SEM PREOCUPAR-SE COM DEUS, EMPREENDEM MUITAS COISAS CONTRA O ALTÍSSIMO. Santo Agostinho, com grande acume de mente, viu e descreveu esses dois reinos, SEMELHANTE A DUAS CIDADES QUE COM LEIS OPOSTAS, PROSSEGUEM OBJECTIVOS OPOSTOS; e remontou ao princípio gerador de ambas, com estas palavras breves e profundas: "Duas cidades nasceram de dois amores, a terrena, do amor de si até ao desprezo de Deus, a Celeste, do amor de Deus até ao desprezo de si."

Em toda a longa série dos séculos, essas duas cidades combateram uma contra a outra, com armas e lutas variadas, ainda que nem sempre com o mesmo ardor e ímpeto. Mas em nossos tempos, os partidários da cidade malvada, inspirados e ajudados por aquela sociedade, que largamente difundida e fortemente composta, toma o nome de "maçonaria", parecem todos conspirar e veementemente competir.

Com efeito, já sem disfarçar os seus intentos, insurgem-se com audácia extrema contra a Soberania de Deus; agem aberta e pùblicamente para a ruína da Santa Igreja, com o propósito de despojar completamente, se tal fosse possível, os povos cristãos dos benefícios que Jesus Cristo, nosso Salvador, trouxe ao mundo. Gemendo sob esses males, muitas vezes, impulsionados pela Caridade, somos obrigados a gritar para Deus: "Eis que Teus inimigos se agitam, e os que Te odeiam levantam a cabeça. Eles tramaram um plano e conspiram contra teus protegidos, e dizem - Vinde! vamos removê-los do meio das Nações -"(Sl 83, 3-4).

Nesse combate tão presente, nessa guerra tão feroz e pertinaz ao Cristianismo, é nosso dever indicar o perigo, apontar os inimigos e resistir, no que podemos, aos seus desígnios e artifícios, para que não se percam eternamente as almas que nos foram confiadas, e o Reino de Nosso Senhor Jesus Cristo, confiado à nossa tutela, NÃO SÒMENTE FIQUE, MAS SE MANTENHA ÍNTEGRO, E POR NOVO E CONTÍNUO AUMENTO, SE DILATE POR TODA A TERRA.
Naturalmente, que tendo conhecimento claro da finalidade e da natureza da seita maçónica, por factos jurìdicamente acertados, por processos formais, estatutos, ritos, jornais maçónicos impressos, e por não raros depoimentos dos próprios cúmplices, esta Sé Apostólica levantou a voz e denunciou ao mundo que esta seita, surgida contra todo o Direito, Divino e humano, ERA NÃO MENOS FUNESTA AO CRISTIANISMO DO QUE AO ESTADO, e proibiu de afiliar-se nela, AMEAÇANDO AS PENAS MAIORES COM QUE A SANTA IGREJA COSTUMA PUNIR OS CULPADOS.»

Durante muito tempo ter-se-á exagerado, ainda que de boa fé, no seio da Santa Madre Igreja, o sentido e a definição do conceito de obediência religiosa; por exemplo: Dizendo que os religiosos são felizes, porque sabem sempre aquilo que Deus quer, na pessoa e na vontade do Superior. Efectivamente, o próprio Santo Inácio de Loiola, em consequência do seu passado militar, hipertrofiava a virtude de obediência; e quando assim se procede, de alguma forma, tendencialmente, dissolve-se o vínculo impreterível, insofismável, indefectível, que esta virtude mantém com os Hábitos Sobrenaturais, Teologais e Morais.

A OBEDIÊNCIA SEM A FÉ, OU CONTRA A FÉ, CONDUZ DIRECTAMENTE AO INFERNO. Mesmo o Superior (que não é impecável, nem infalível) em pecado mortal habitual, coloca em certo risco as almas dos súbditos mais indefesos.
Deus Nosso Senhor tudo criou hierárquica e orgânicamente. O próprio Deus governa o Universo através dos Seus Anjos, reservando para Si, inclusivamente na ordem dos milagres, apenas o que as suas criaturas não podem realizar. Os Anjos mais perfeitos iluminam, na ordem natural, a inteligência dos menos perfeitos, auxiliando-os a entender e a cumprir as ordens de Deus. Cumpre assinalar, que embora os Anjos vivam na Eternidade, enquanto durar o mundo corruptível, extrìnsecamente, possuem uma comensurabilidade com o tempo. Também os homens mais inteligentes podem iluminar os menos inteligentes, ministrando-lhes novos conceitos e novos conhecimentos, de modo a ampliar-lhes, ao menos momentaneamente, a luz intelectual.

A obediência, na Ordem Natural, mas sobretudo na Ordem Sobrenatural, constitui o vínculo mediante o qual a moderação e a ordem dos seres e dos fins é transmitida, qualificadamente, da cúpula para as bases. Na esfera pròpriamente religiosa e Sobrenatural, uma tal transmissão é constitutiva do anúncio da Glória de Deus e da Salvação das almas. Se o referido vínculo autoridade-obediência não for constitutivo dessa transmissão orgânica e teleológica da Verdade e da Santidade - O VÍNCULO É NULO DE PLENO DIREITO. Na vida regular só são legítimas as ordens emanadas do Superior desde que não ofendam, directa ou indirectamente, A LEI SANTÍSSIMA DE DEUS NOSSO SENHOR, AS LEIS DA IGREJA, E AS CONSTITUIÇÕES DA ORDEM RELIGIOSA LIVREMENTE ABRAÇADA. Embora existam certos casos em que o Superior peca mandando, mas o súbdito santifica-se obedecendo.

A vontade, enquanto apetite racional, está essencialmente subordinada à inteligência: NÃO HÁ, NEM PODE HAVER, OBEDIÊNCIA CEGA; a inteligência é a primeira a captar a verdade do ser, embora assim proceda segundo um determinado acto moral de existência, indissociável da sua espiritualidade.

Aqueles que defendem a obediência cega NÃO SÃO CATÓLICOS, na exacta medida em que a Fé Católica e os motivos de credibilidade são perfeitamente razoáveis. O Tomismo acentua e defende heròicamente essa razoabilidade, combate todo e qualquer vestígio de irracionalidade, embora sustentando firmemente que os Mistérios Sobrenaturais são infinitamente superiores, mas não contrários, à razão.

É absolutamente falso que a Fé Católica defenda, ou tenha alguma vez defendido, a tirania religiosa ou política; defende intransigentemente, sim, A DIGNIDADE INFINITA DA AUTORIDADE, ENQUANTO PROVENIENTE DE DEUS, E PARA ELE ORIENTADORA, COM FINALIDADE SOBRENATURAL E TRANSCENDENTE; AUTORIDADE, HUMANAMENTE PERSONIFICADA PELA SANTA MADRE IGREJA, SOCIEDADE PERFEITA EM SENTIDO EMINENTE E ABSOLUTO, E PELO ROMANO PONTÍFICE, AO QUAL ESTÃO SUBMETIDOS OS ESTADOS, SOCIEDADES PERFEITAS EM SENTIDO DEFICIENTE. A TIRANIA É A HEGEMONIA DO ERRO E DO MAL.

É conhecido como parte integrante do plano para aniquilar a face humana do Corpo Místico se consubstanciou na corrupção premeditada da via de transmissão hierárquica, instilando, SOB PRECEITO DE OBEDIÊNCIA, na alma dos sacerdotes, dos religiosos e religiosas e mesmo dos fiéis, o veneno do espírito do mundo, das falsas filosofias do mundo, do conceito ateu da liberdade religiosa. Nesta perspectiva, É USADA A APARÊNCIA DA AUTORIDADE PROCEDENTE DE DEUS PARA EDIFICAR, EFICAZMENTE, O ATEÍSMO. Evidentemente, foram também utilizados processos subliminais, extremamente eficazes e insidiosos. O grande drama é que se as almas vítimas irradiassem santidade pela posse da Graça Santificante, teriam sabido, na sua grande maioria, como resistir à tentativa de envenenamento. Mais uma vez se conclui que a maçonização conciliar triunfou, e só pôde triunfar, NUMA IGREJA EM ESTADO DE PECADO MORTAL HABITUAL.

O absurdo da pretensa legitimidade da obediência contra a Fé, é tão grande, tão avassalador, tão contraditório, que custa a querer como centenas de milhares de pessoas consentiram na total subversão das suas almas, dos seus votos, da justificação das suas vidas, para abraçarem os ideais dos piores inimigos históricos da Santa Madre Igreja. É por demais evidente que se a maçonaria, no século XIX, logrou expulsar em vários países de antiga tradição católica, centenas de milhares de religiosos, extinguindo a vida regular, verdadeiro pára-raios da Justiça Divina; não é menos certo que na segunda metade do século XX, a maçonaria conseguiu que os religiosos abandonassem voluntàriamente os seus conventos, sem coacção exterior, E POR SUA INICIATIVA, depois da mesma amaldiçoada maçonaria haver introduzido, hediondamente, as ideias do mundo no claustro. Na realidade, que pode fazer um religioso ou um sacerdote secular, depois de assimilar uma autêntica lavagem ao cérebro com as ideologias demo-liberais e com toda uma cultura ateia? Para quê continuar no convento? Em nome de quê?

Mas como nem todos possuíam base de sustentação no mundo e por vezes, nem mesmo família, esses mesmos foram forçados a permanecer, materialmente, no Claustro; mas já totalmente privados dos Bens Sobrenaturais que constituem a única justificação possível para a vida conventual, privados também que estavam de vínculos femininos, alguém se admira perante o facto de esses infelizes homens se haverem dedicado à sodomia e à pedofilia? A amaldiçoada maçonaria, de um só golpe, conseguiu vários objectivos: Não apenas obliterou a face humana do Corpo Místico, como a colocou ao serviço do ateísmo e do comunismo internacional, sob aparências cristãs, estas, na realidade, cada vez mais frágeis. Além disso, a maçonaria logrou que as aparências restantes de vida regular descambassem - ó maldição das maldições - NUMA MULTINACIONAL DA SODOMIA E DA PEDOFILIA. E mais ainda: A maçonaria passou a fazer seus todos os bens e todos os rendimentos da face humana do Corpo Místico, utilizando as estruturas da ex-Igreja Católica, as Universidades, as escolas, as Missões, as dioceses, PARA PROPAGAR O ATEÍSMO E A SODOMIA.

Mas a maçonaria jamais conseguirá atingir aqueles que permanecerem, formalmente, na Fé Católica, com o auxílio da Graça de Deus. A maçonaria não dispõe, nem pode dispor, das nossas almas, assim nos mantenhamos fiéis a Deus Nosso Senhor e Sua Mãe Santíssima. Recordemos aquelas maravilhosas palavras que Nossa Senhora dirigiu a Bernadette, em Lourdes: NÃO TE PROMETO FAZER FELIZ NA TERRA, MAS SIM NO CÉU. E Bernadette fez-se santa, com a Graça de Deus, no meio das maiores humilhações, do maior abandono, e de grandes sofrimentos, sobretudo morais. OS CAMINHOS DA VITÓRIA NA ORDEM SOBRENATURAL EDIFICAM-SE SEMPRE NO APOUCAMENTO DAS COISAS TEMPORAIS. O TRIUNFO VERDADEIRO, A GLÓRIA DE DEUS E SUA FRUIÇÃO, DÁ-SE SEMPRE NO CÉU - JAMAIS NA TERRA!

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

Lisboa, 15 de Setembro de 2018

Alberto Carlos Rosa Ferreira das Neves Cabral

Fonte:https://promariana.wordpress.com/2018/09/15/a-propagacao-da-apostasia-pela-via-da-obediencia/




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