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11/11/2018
ESPÍRITO DE DIÁLOGO É APOSTASIA

ESPÍRITO DE DIÁLOGO É APOSTASIA

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por Pro Roma Mariana

Escutemos o Papa Bento XV, num trecho da sua encíclica "Maximum Illud", promulgada em 24 de Novembro de 1919:

«E agora dirigimos a discurso a vós, dilectíssimos filhos, que cultivais a vinha do Senhor, de quem mais directamente depende a propagação da Fé e a salvação de inúmeras almas. Antes de tudo, é necessário que tenhais em grande consideração a excelsa vocação. Pensai que o encargo a vós confiado é Divino e que está MUITO ACIMA DOS PEQUENOS INTERESSES HUMANOS, PORQUE VÓS LEVAIS A LUZ A QUEM ESTÁ NAS SOMBRAS DA MORTE, ENCAMINHAIS PARA O CÉU A QUEM CORRE PARA A RUÍNA ETERNA. Considerando, portanto, que a cada um de vós foi dito pelo Senhor: "Esquece o teu povo e a casa do teu pai"(Sl 44,11), RECORDAI QUE NÃO DEVEIS PREGAR O REINO DOS HOMENS, MAS O DE JESUS CRISTO, NÃO CONGREGANDO CIDADÃOS À PATRIA TERRENA, MAS À CELESTE. Daí se compreende o quanto seria deplorável se existissem missionários que, esquecidos da própria dignidade, pensassem mais na sua pátria terrestre do que na suprema; e estivessem preocupados em dilatar a influência, e de ver sempre e antes de tudo celebrado o seu nome e a sua glória. ESSA SERIA UMA DAS MAIS TRISTES CHAGAS DO APOSTOLADO, QUE PARALISARIA NO MISSIONÁRIO O ZELO DAS ALMAS E RETIRARIA TODA A SUA AUTORIDADE JUNTO AOS INDÍGENAS. Afinal, também os bárbaros e os selvagens entendem muito bem o que é que busca o missionário, e conhecem por meio da intuição se ele tem outros objectivos além do seu bem espiritual. (...)

Seja o missionário, portanto, exemplarmente humilde, obediente e casto. Especialmente, seja piedoso, dedicado à oração e em contínua união com Deus, patrocinando com zelo, junto a Ele, a causa das almas. Pois, quanto mais unido a Deus, tanto mais abundantemente lhe será comunicada a Graça do Senhor. Ouça a exortação do Apóstolo:"Como eleitos de Deus, santos e amados, revesti-vos de sentimentos de compaixão, de bondade, de humildade, mansidão, longanimidade"(Cl 3,12). Com a ajuda dessa virtudes, removidos todos os obstáculos, é fácil e em conformidade com a verdade o acesso aos corações, não havendo vontade que lhe possa resistir. Por isso, o missionário, imitando Jesus Cristo, ARDE EM CARIDADE, TAMBÉM PARA COM OS MAIS DISTANTES PAGÃOS, FILHOS DE DEUS, REDIMIDOS COM O MESMO SANGUE DIVINO, não se irrita com a sua rudeza, não se atemoriza diante da perversidade dos seus costumes, não os despreza ou desdenha, não os trata com aspereza e severidade, mas procura cativá-los com a doçura da benignidade cristã, PARA CONDUZI-LOS UM DIA A ABRAÇAR CRISTO - O BOM PASTOR.

E qual adversidade, qual travessia ou perigosa contingência, poderá desencorajar semelhante mensageiro de Jesus Cristo? Nenhuma, pois reconhecido como é para com o Senhor que o chamou a uma missão tão excelsa, está disposto a tudo tolerar generosamente - os desconfortos, os insultos, a fome, as privações, até mesmo a morte - CONTANTO QUE SE LIVRE UMA SÓ ALMA QUE SEJA DAS FAUCES DO INFERNO.»

O conceito de diálogo, pressupõe, objectivamente, fundamental paridade nas coordenadas de acesso à verdade e ao bem, semelhança profunda de imparcialidade perante os mistérios da existência e da vida, bem como idêntica dignidade moral. Logo só é possível o diálogo na posse, proporcionada, de uma verdade comum. E Foi exactamente com estes parâmetros, concebidos em negativo infernal, que o amaldiçoado Vaticano 2 rebaixou, essencialmente, a face humana do Corpo Místico de Nosso Senhor Jesus Cristo até ao nível de uma qualquer organização naturalista e humanitária. Efectivamente, a seita conciliar, oficialmente, considera ser um agente de "procura da verdade" em unidade solidária com as outras ditas "religiões", as quais abraça num amplexo que envolve necessàriamente todo o Género Humano, pois é neste e na sua evolução divinizadora e vital que residiria essa mesma "verdade", ou seja, "deus". Neste quadro conceptual, todas as ditas "religiões", a começar na seita conciliar, constituiriam "orgãos de verdade da Humanidade". Admitidas estas demoníacas premissas, nenhum homem, nenhuma instituição, poderia mais defender uma Verdade Absoluta e Objectivamente Revelada sem incorrer em CRIME DE LESA-HUMANIDADE. É exactamente por esta razão que os verdadeiros católicos são perseguidos e conculcados, sem perdão, pela seita que usurpou a face humana do Corpo Místico.

Nosso Senhor Jesus Cristo JAMAIS DIALOGOU, porque Deus não pode dialogar com as suas criaturas. DEUS É, METAFÍSICA E TEOLÒGICAMENTE, TITULAR DE TODOS OS DIREITOS E NENHUM DEVER; AS CRIATURAS POSSUEM TODOS OS DEVERES E NENHUM DIREITO, NEM MESMO A SEREM CRIADAS. TODAVIA, UMA VEZ CRIADAS, DEUS NOSSO SENHOR TAMBÉM NÃO PODE PROCEDER DE MODO CONTRADITÓRIO COM A ESSÊNCIA DAS SUAS MESMAS CRIATURAS.

Nosso Senhor anunciou-Se a Si mesmo e ao Reino dos Céus, COMO REALIDADES ESTRITAMENTE OBRIGATÓRIAS, SOB PENA DE CONDENAÇÃO ETERNA. PORQUE O NOSSO DESTINO SOBRENATURAL É GRATUITO DA PARTE DE DEUS, MAS INTEGRALMENTE OBRIGATÓRIO DA PARTE DO HOMEM.

Toda a Sagrada Escritura, em todas as suas páginas, expõe e ratifica a absoluta Soberania de Deus sobre a Sua Criação, bem como os castigos, temporais e Eternos, para todos aqueles que se atrevem, ainda que ao de leve, a contestar essa Soberania. É necessário rasgar todas as páginas da Bíblia, uma por uma, para poder sonhar com o princípio da liberdade religiosa, com a bondade e sacralidade das coisas temporais, com a felicidade terrena completamente divorciada dos Bens Sobrenaturais.

A Santa Madre Igreja, à semelhança do seu fundador, jamais dialogou com o mundo, mesmo com o preço das mais cruentas perseguições. Porque A UNIDADE, E A VERDADE DA SANTA IGREJA NÃO SÃO A UNIDADE E A VERDADE DO GÉNERO HUMANO. PORQUE A VERDADE DA SANTA IGREJA É SOBRENATURAL, E A VERDADE DO MUNDO É NATURAL, SENDO, POIS, INCOMENSURÁVEIS. ALÉM DISSO, O MUNDO CORROMPE MORALMENTE ESSA MESMA VERDADE NATURAL QUE LHE DEVIA SER CONSTITUTIVA.

A Santa Madre Igreja constitui UMA SEGUNDA PERSONIFICAÇÃO DE CRISTO, SENDO ASSIM, SIMULTANEAMENTE, DIVINA E HUMANA. A VERDADE DA SANTA IGREJA É A VERDADE DE CRISTO, VERDADEIRO DEUS E VERDADEIRO HOMEM.

A Santa Madre Igreja SEMPRE IMPÔS AOS POVOS E NAÇÕES ESSA MESMA VERDADE, NÃO DIALOGOU, IMPÔS, COM A MESMA AUTORIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO. PORQUE A AUTORIDADE DA SANTA IGREJA É A AUTORIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO; JÁ QUE A CÁTEDRA DE SÃO PEDRO FORMA COM JESUS CRISTO UMA SÓ CABEÇA DA IGREJA.

Os missionários que ao longo dos séculos levaram a Verdade de Cristo aos povos cegos pela idolatria, IMPUSERAM ESSA MESMA VERDADE, NÃO DIALOGARAM, IMPUSERAM, COM O AUXÍLIO DO BRAÇO SECULAR, A DESTRUIÇÃO DOS ÍDOLOS, DA FEITIÇARIA, DA POLIGAMIA.

NÃO SE DIALOGA COM O ERRO E O MAL, NÃO SE DIALOGA COM O DIABO E OS REPRESENTANTES DO DIABO. Na base da unidade ontológica e racional da espécie humana, FALA-SE COM AS PESSOAS, COM UMA CARIDADE REPASSADA DE FIRMEZA E OBJECTIVIDADE. Fundamentado na sua própria autoridade particular, ninguém pode usar de violência, a não ser por legítima defesa, própria ou alheia; a imposição que expendemos é institucional, da Santa Madre Igreja e do seu braço secular - O Estado Católico.

Aquele que dialoga, coloca-se ao mesmo nível do seu adversário. Citámos há pouco o conceito de unidade ontológica e racional da espécie humana; contudo, essa base é insuficiente para falarmos de "diálogo", visto ser um pressuposto ontológico que possibilita a comunicação entre indivíduos de uma mesma espécie. O conceito de diálogo da Igreja com o mundo é caracterizadamente diferente: Aqui o pressuposto consubstancia-se no facto de ambos procurarem uma "verdade" imanente em que a "fé" constitui o seu próprio objecto, sempre numa base de emanatismo panteizante e divinizante. Muito pelo contrário, A FÉ CATÓLICA, OBJECTIVAMENTE REVELADA E SOBRENATURAL, É ABSOLUTAMENTE INCOMENSURÁVEL COM QUALQUER POSIÇÃO SUBJECTIVISTA, TERRENISTA E NATURALISTA. Donde se conclui que dialogar é apostatar, como o fez o amaldiçoado concílio, como o fizeram Roncalli e Montini nas suas hediondas carreiras maçónicas, como cancros apodrecendo o tecido vital da Igreja pré-conciliar.

Neste enquadramento, Montini terá sido o primeiro a proclamar oficialmente que o trabalho das Missões, daí em diante, só poderia conceber-se na base do diálogo - E LOGO AÍ DESTRUIU, PREMEDITADAMENTE, FRIAMENTE, TODO O ESFORÇO MISSIONÁRIO DA SANTA IGREJA. Evidentemente, todo aquele que abandona as suas raízes para partir para as missões, SÓ O PODE FAZER POR AMOR A UMA VERDADE OBJECTIVA E SOBRENATURAL, NUNCA POR UM IDEAL HUMANO E TERRENO. A República Portuguesa de 1910, tendo proscrito todas as Missões religiosas católicas, pretendeu substituí-las pelas denominadas "missões laicas"; não que a República tivesse quaisquer preocupações religiosas, simplesmente, o que a movia, tal como a todos os outros Estados de antiga Tradição Católica, era o perigo iminente da desnacionalização. Evidentemente que as missões laicas falharam, precisamente porque ninguém se iria sacrificar por uma razão puramente terrena e política. A República foi obrigada a recuar e restaurou as Missões Católicas.

Nesta perspectiva, há muito que se extinguiu totalmente o esforço missionário católico. Os denominados "missionários" actuais, não passam de funcionários da ONG seita conciliar, bem instalados, e com preocupações apenas sociais e sanitárias. O problema da desnacionalização, é lógico, que também já se não coloca.

Muito pelo contrário, o próprio Monsenhor Lefebvre, com uma longa experiência como missionário, relata-nos como o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e a Graça Sobrenatural transformavam aquelas pobres aldeias indígenas, não apenas espiritualmente, moralmente, mas também materialmente, civilizacionalmente, polìticamente. Àqueles que afirmavam, muito antes do concílio, que primeiro era necessário ministrar, às populações indígenas, condições básicas, de ordem material, para depois poderem assimilar o Evangelho, Monsenhor Lefebvre retorquia que, comprovadamente - ERA EXACTAMENTE O CONTRÁRIO!

Deus Nosso Senhor, segundo as Suas mais solenes promessas, nunca priva do realmente indispensável aqueles que buscam acima de tudo o Seu Reino e a Sua Justiça (Lc 12,31).

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

Lisboa, 10 de Novembro de 2018

Alberto Carlos Rosa Ferreira das Neves Cabral

Fonte:https://promariana.wordpress.com/2018/11/10/espirito-de-dialogo-e-apostasia/




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