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21/06/2019
DEUS UNO E TRINO É O SENHOR DA VIDA E DA MORTE

DEUS UNO E TRINO É O SENHOR DA VIDA E DA MORTE

21/06/2019

Procedamos à leitura do seguinte trecho da Sagrada Escritura, extraído do Livro de Josué:

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«Ora Jericó encontrava-se fechada e bem fortificada, pelo temor dos filhos de Israel, e ninguém ousava sair nem entrar. E o Senhor disse a Josué: EIS QUE EU PUS NA TUA MÃO JERICÓ, O SEU REI E TODOS OS SEUS HOMENS VALENTES. DAI VOLTA Á CIDADE, VÓS, TODOS OS DIAS E DURANTE SEIS DIAS. E no sétimo dia, os sacerdotes tomem as sete trombetas, de que se usa no Jubileu, e vão adiante da Arca da Aliança; e rodeareis sete vezes a cidade, e os sacerdotes tocarão as trombetas. E quando o som das trombetas se fizer ouvir mais demorado e penetrante, e vos ferir os ouvidos, todo o povo à uma levantará um grande clamor, e cairão os muros da cidade até aos fundamentos, e cada um entrará por aquele lugar que lhe ficar defronte. (…)

E logo que Josué acabou de falar, os sete sacerdotes tocaram as sete trombetas, diante da Arca da Aliança do Senhor, e todo o exército armado marchava adiante, o resto da multidão ia atrás da Arca, e por toda a parte retinia o som das trombetas.

Ora Josué tinha ordenado ao povo, dizendo: Não gritareis, nem se ouvirá a vossa voz, nem sairá da vossa boca uma só palavra, até que chegue o dia em que eu vos diga: Gritai e levantai a voz. Deu, pois, a Arca do Senhor uma volta à cidade uma vez no primeiro dia, e tornando para o acampamento ficou ali. No dia seguinte, levantando-se Josué, ainda de noite, tomaram os sacerdotes a Arca do Senhor, e sete deles tomaram as sete trombetas que servem no Ano do Jubileu; e marchavam adiante da Arca do Senhor, andando e tocando, e o povo armado ia adiante deles, e o resto da multidão seguia a Arca, e as trombetas ressoavam. E deram volta à cidade uma vez no segundo dia e voltaram para o acampamento. Assim fizeram durante seis dias.

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Mas ao sétimo dia,  levantando-se de madrugada, deram volta à cidade sete vezes, como tinha sido ordenado. E quando os sacerdotes tocavam as trombetas à sétima volta,  Josué disse a todo o Israel: Gritai, porque o Senhor vos entregou a cidade; E ESTA CIDADE SEJA ANÁTEMA, E TUDO O QUE HÁ NELA SEJA DO SENHOR; FIQUE SÓ COM VIDA A MERETRIZ RAAB, COM TODOS OS QUE ESTÃO EM SUA CASA, PORQUE OCULTOU OS MENSAGEIROS QUE ENVIÁMOS. Vós, porém, guardai-vos de tocar alguma daquelas coisas que vos foram proibidas, para que não vos torneis réus de prevaricação, e todo o acampamento de Israel não fique sob o pecado, e não seja posto em desordem. Mas tudo o que se encontrar de ouro e prata e de utensílios de cobre e ferro seja consagrado ao Senhor e depositado nos Seus Tesouros.

Levantando, pois, todo o povo a gritar e soando as trombetas, logo que a voz e o som chegou aos ouvidos da multidão, caíram de repente os muros; e cada um subiu pelo lugar que lhe ficava defronte; e tomaram a cidade, E MATARAM TUDO O QUE NELA HAVIA, DESDE OS HOMENS ATÉ ÀS MULHERES E DESDE AS CRIANÇAS ATÉ AOS VELHOS. PASSARAM TAMBÉM AO FIO DE ESPADA OS BOIS, AS OVELHAS E OS JUMENTOS.» (Jos 6, 1-21)

             

Os textos Bíblicos acima apresentados referem, com clareza, algo que muitos, sobretudo os maçons, consideram uma prova da “crueldade” de Deus, e consequente “crueldade” dos católicos, os quais consagram os textos Bíblicos como expressão máxima da Verdade e da Santidade Divina.

Acima de tudo, é fundamental assinalar que a Sagrada Escritura – Palavra de Deus como Causa principal, e palavra do hagiógrafo como causa instrumental – é um Livro que não se pode ler sem preparação. Não basta, de modo algum, o Catecismo elementar para habilitar, seja quem for, a interpretar correctamente imensas passagens Bíblicas, tanto do Antigo como do Novo Testamento. Durante séculos, a Santa Madre Igreja impediu o mais que pôde que os fiéis tomassem contacto com a Sagrada Escritura, precisamente pela incapacidade prática de facultar a esses mesmos fiéis o conhecimento teológico suficiente para uma leitura edificante e espiritualmente nutritiva da Palavra de Deus.

O massacre generalizado dos povos vencidos, sobretudo dos varões, pelos povos vencedores era uso comum no mundo Bíblico. Esse uso bárbaro constitui consequência directa do pecado original e equivale à transplantação da lei da selva (também consequência do pecado original, pois antes deste, os animais não se devoravam uns aos outros) para o mundo dos homens. Em nada difere, contudo, do espectáculo atroz das guerras mundiais do século XX, dos genocídios do Cambodja (1975) e do Ruanda (1994), bem como de todas as guerras civis e desgraças inumeráveis, que bem testemunham a ciclópica miséria moral da tristíssima e nunca suficientemente deplorada condição humana.  Repetidamente tenho referido, que Deus, Eternamente, quis e criou um mundo onde a hegemonia esmagadora e quantitativa do mal serve à maior exaltação qualitativa do Bem e da Santidade, e consequentemente, À MAIOR GLÓRIA EXTRÍNSECA DE DEUS. Todavia, o mal, em si mesmo, Deus não o quer, permite-o sòmente, em função de um maior Bem.

Neste quadro conceptual, é necessário distinguir entre o genocídio praticado entre os povos do mundo Bíblico, QUE CONSTITUÍA UM MAL EM SI MESMO, E QUE DEUS APENAS PERMITIA NA GLOBALIDADE DO MUNDO EFECTIVAMENTE CRIADO; E O HERÉM BÍBLICO, OU SEJA O GENOCÍDIO PRATICADO PELO POVO ISRAELITA SOBRE POVOS PAGÃOS, E QUE ERA QUERIDO E MANDADO POSITIVAMENTE, COMO UM BEM, POR DEUS NOSSO SENHOR.

Mas como é que Deus podia ordenar uma barbaridade dessas?

DEUS UNO E TRINO É O SENHOR DA VIDA E DA MORTE. No Catecismo do Concílio de Trento há uma artigo que diz que o católico pode matar o seu semelhante por ordem directa de Deus. Os Catecismos mais recentes consideraram mais prudente omitir esse artigo, em virtude da miséria moral dos homens, restringindo a legitimidade do homicídio ao combate numa guerra justa, à execução, por ordem da autoridade suprema, da condenação à morte, em castigo de algum crime, bem como na legítima defesa, própria ou alheia. O caso da guerra justa acarreta graves dificuldades, porque embora a autoridade do estado goze de presunção de legitimidade, essa presunção é ilidível. Uma guerra, notòriamente, de extermínio  será sempre injusta; todavia, na maioria dos casos o simples cidadão não possui a informação suficiente para emitir juízo válido, deverá então fundamentar-se na presunção referida, e para ele a guerra será sempre legítima e justa, porque procedeu de boa fé, e assim, se tiver que matar, mata legìtimamente.

Sendo Deus o Senhor da vida e da morte, podia perfeitamente ordenar, COMO UM BEM, o sacrifício generalizado dos povos vencidos, tanto mais que eram pagãos, e esse modo de agir era comensurável com a lei geral dessa época e desses lugares. Como também ordenou Deus a Elias a morte dos profetas de baal. Sem dúvida, que custa a aceitar a morte de crianças, de mulheres e de velhos, mas não nos podemos esquecer que estamos no Antigo Testamento, E AQUELE QUE DÁ A VIDA, PODE IGUALMENTE TIRÁ-LA, NA SUA INFINITA E ETERNA SABEDORIA INCRIADA.  O herém não procedia, em caso nenhum, da autoridade dos homens, mas SIM E SÓ DA AUTORIDADE DE DEUS.

Consequentemente, é deveras infeliz e teològicamente blasfemo comparar o Herém Bíblico com o holocausto. Deus não o ordenou, nem o quis, Eterna e positivamente, como um crime monstruoso dos nazis, mas o quis como castigo colectivo dos deicidas Judeus – “QUE O SEU SANGUE CAIA SOBRE NÓS E SOBRE OS NOSSOS FILHOS”(Mt 27,25); exactamente como Deus não quis a morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, como traição hedionda de Judas, mas sim como Sacrifício de valor infinito, oferecido por Nosso Senhor Jesus Cristo, Sacerdote de Infinita dignidade, à Santíssima Trindade.

Para Deus castigar não necessita de realizar milagres, basta que na sua Santa Providência aproveite um fenómeno, materialmente natural, como castigo formal de indivíduos ou colectividades. Além disso, neste mundo, é possível que o castigo de colectividades atinja indivíduos pessoalmente inocentes; mas no além, NÃO HÁ, NEM PODE HAVER, CASTIGOS COLECTIVOS.

O herém Bíblico é caracterizadamente apresentado como parte do domínio absolutamente universal de Deus Uno e Trino. Exactamente por isso, não cumprir o herém era sonegar a Deus parte dos Seus direitos – foi assim que o rei Saul perdeu o Trono.

O modernismo, negando a Deus Pessoal, dissolvendo a “deus” na natureza e no homem, evidentemente que repele, com ferocidade, qualquer ideia de punição Divina. Se em última análise, segundo o modernismo, o homem é “deus”, evolui divinizando-se, e “deus” é o homem, realiza-se no homem, então esse mesmo “homem” é absolutamente inviolável e soberano, como fonte última de todos os direitos e de todos os valores. ÉM DERRADEIRA ANÁLISE, UMA TAL DOUTRINA, SATANICAMENTE, POSTULA A MORTE DE DEUS, MAS TAMBÉM A MORTE DO HOMEM. A AMALDIÇOADA SEITA CONCILIAR E A “CIVILIZAÇÃO” ACTUAL ENCARNAM PERFEITAMENTE ESSE DUPLO FALECIMENTO, ESTRITAMENTE PRÉ-ESCATOLÓGICO. QUANDO, NA HISTÓRIA DO HOMEM, DESAPARECE, INSTITUCIONAL, SOCIAL E CULTURALMENTE, QUALQUER REFERÊNCIA METAFÍSICA E SOBRENATURAL AO PRINCÍPIO E À FINALIDADE DA EXISTÊNCIA – A CERTIDÃO DE ÓBITO DO GÉNERO HUMANO ESTÁ DEFINITIVAMENTE EXARADA.

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

Lisboa, 21 de Junho de 2019

Alberto Carlos Rosa Ferreira das Neves Cabral    

Fonte:https://promariana.wordpress.com/2019/06/21/deus-uno-e-trino-e-o-senhor-da-vida-e-da-morte/




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