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09/06/2016
Bispo Athanasius Schneider responde à carta aberta de The Remnant sobre Amoris Laetitia

Bispo Athanasius Schneider responde à carta aberta de The Remnant sobre Amoris Laetitia

Devemos evitar “converter em infalível” cada palavra e gesto de um Papa contemporâneo. É contra o ensinamento de Jesus Cristo e toda a tradição da Igreja. A concepção e aplicação totalitária da infalibilidade papal não é católica, é em última análise, mundana como em uma ditadura; vai contra o espírito do Evangelho e dos Padres da Igreja.

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por Sensus fidei  8/06/2016 | 1:40 0 Postado em Catolicismo, Sensus fidei

Escrito por Dom Athanasius Schneider
Bispo Athanasius Schneider
26 de maio de 2016

Caro Matt:

Agradeço-lhe por sua cortesia. Escrevi uma resposta à carta aberta do The Remnant, em anexo, para que possa publicá-la. Que Deus lhe abençoe ricamente e seu ministério na fé católica. Saudações cordiais em Jesus e Maria,

+ Athanasius Schneider

______________________

Estimado Sr. Christopher A. Ferrara:

Em 9 de maio você publicou no website “The Remnant” uma carta aberta dirigida a mim sobre a Exortação Apostólica  “Amoris laetitia”.

Como Bispo, sinto-me agradecido e animado, por receber de um leigo católico uma manifestação tão clara e bonita do “sensus fidei” sobre a verdade Divina do matrimônio e da lei moral.

Concordo com suas observações quanto às expressões de AL (“Amoris laetitia”), e em especial as do capítulo VIII, que são extremamente ambíguas e enganosas. Fazendo uso da razão e respeitando o sentido correto das palavras, é quase impossível interpretar algumas expressões de AL segundo a santa e imutável Tradição da Igreja.

Evidentemente que há expressões de AL que estão de acordo com a Tradição. Mas não é isso o que está em jogo aqui. Aqui estão em jogo as consequências naturais e lógicas das expressões ambíguas de AL. Representam, sem dúvida, um verdadeiro perigo espiritual que trará consigo confusão doutrinária e uma fácil e rápida propagação de doutrinas heterodoxas relativas ao matrimônio e à lei moral, juntamente com a adoção e consolidação da práxis de admitir divorciados recasados à Sagrada Comunhão, uma prática que banalizará e profanará três sacramentos a um só golpe, por assim dizer: o sacramento do Matrimônio, da Penitência e da Sagrada Comunhão.

Nestes tempos sombrios em que Nosso Amado Senhor parece dormir na barca de Sua Santa Igreja, todos os católicos que ainda levam a sério suas promessas batismais, começando pelos bispos e até mesmo o leigo mais simples, deveriam fazer, a uma só voz (“una voce“), uma profissão de fidelidade enunciando concretamente todas as verdades católicas que se encontram comprometidas ou ambiguamente desfiguradas em algumas expressões da AL. Seria uma espécie de “Credo” do povo de Deus. AL é claramente um documento pastoral (isto é, pela sua natureza de caráter temporal) e não pode ser declarado definitivo. Devemos evitar “converter em infalível” cada palavra e gesto de um Papa contemporâneo. É contra o ensinamento de Jesus Cristo e toda a tradição da Igreja. A concepção e aplicação totalitária da infalibilidade papal não é católica, é em última análise, mundana como em uma ditadura; vai contra o espírito do Evangelho e dos Padres da Igreja. [grifos nossos]

Na minha opinião, além da possível profissão de fidelidade comum, isso deveria ser feito, em minha opinião, por eruditos competentes em teologia dogmática e moral, uma análise sólida de todas as expressões ambíguas e objetivamente errôneas de AL. Tal análise científica deveria fazer-se sem raiva e sem parcialidade (“sine ira et studio“) e a partir de uma deferência filial para com o Vigário de Cristo.

Estou convencido de que em tempos futuros os Papas agradecerão que tenham existido vozes preocupadas de alguns bispos, teólogos e leigos em tempos de grande confusão. Vivamos em nome da verdade e da eternidade, “pro veritate et aeternitate“!

+ Athanasius Schneider,
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Santa Maria em Astana

[Tradução de Marilina Manteiga para o espanhol para Adelante la Fe. Artigo original]

Fonte: http://www.sensusfidei.com.br/2016/06/08/bispo-athanasius-schneider-responde-a-carta-aberta-de-the-remnant-sobre-amoris-laetitia/




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