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15/07/2013
O que os políticos católicos podem fazer pela democracia


O que os políticos católicos podem fazer pela democracia
A religião deve ajudar a buscar princípios morais objetivos para guiar a vida pública
15 Jul 2013
Autor: Maria Teresa Comte


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PIERRE-PHILIPPE MARCOU / AFP
Apesar das contradições enfrentadas por este ideal, a fé cristã, longe de ver a vida e a ação política como um peso, ou pelo menos um mal necessário, entende que o espaço da vida comunitária organizada politicamente é um cenário propício para o desenvolvimento livre da vocação humana.

Um cristão não concebe as relações com a autoridade política como relações problemáticas ou conflituosas. A ação não pode ser, portanto, uma ação destrutiva, mas construtiva. A moral política não pode ser moral de oposição, mas busca e cumprimento do bem. Esta é, segundo Bento XVI, a moral política da Bíblia, de Jeremias a Pedro e Paulo.

Esta maneira de conceber as instituições políticas, as relações políticas e o exercício da função política contribui para desmistificar a política e dotá-la de racionalidade e, portanto, de moralidade. A boa política é impossível sem referência ao bem.

"Só onde o bem se realiza e se reconhece como bem pode prosperar igualmente uma boa convivência entre os homens" (Bento XVI, "Cristianismo e política", 1995). Por isso, a moral política, longe de ser uma questão privada, como pretendem as teorias do poder inocente, é uma questão pública.

O católico que exerce funções políticas deve agir de acordo com esta visão. Algo assim é possível. A DSI (Doutrina Social da Igreja), consciente da fragilidade dos propósitos e realizações humanas, acredita que a fé cristã é historicamente operativa e que, em definitiva, a ordem humana depende de atitudes profundas capazes de materializar-se (Sollicitudo Rei Socialis, 1987).

Sem dúvida, a manifestação pública destas atitudes e sua tradução em comportamentos políticos capazes de recuperar a dimensão moral da democracia e fortalecer as relações de confiança entre cidadãos e governantes dependem, em primeiro lugar, da conduta política dos cargos eleitos.

E isso acontece, de maneira urgente, por superar a mentalidade tecnicista que reduz a democracia a uma simples estrutura de poder, mediante uns critérios práticos que, caminhando ao lado da DSI, poderíamos sintetizar assim:

- A democracia exige instituições confiáveis e autorizadas, que não estejam orientadas à simples gestão de poder, mas que sejam capazes de promover a participação popular no respeito às tradições de cada nação;

- A democracia não pode favorecer a formação de grupos dirigentes restritos que, seja por interesse de parte ou particulares, seja por motivos ideológicos, usurpem o poder do Estado;

- A democracia exige, independentemente do sentido do voto nas diversas consultas eleitorais, que todos os cidadãos cooperem de maneia ativa na promoção do bem comum. O comumente compartilhado é o que deve facilitar este exercício de cooperação, à margem dos programas dos partidos políticos.

- A democracia não é um regime de adesão e o poder político não é um objeto de uso restrito;

- A representação política, diferente da representação jurídica ou sociológica, nem converte os cidadãos em órgãos do Estado, nem permite estabelecer uma identificação absoluta entre opções eleitorais e adesão às decisões de governo. A representação tem uma dimensão moral que consiste no compromisso de compartilhar o destino do povo e em buscar soluções aos problemas sociais.

- A democracia requer um exercício responsável da autoridade, o que significa uma autoridade exercida mediante o recurso às virtudes que favorecem a prática do poder como serviço;

- A democracia deve evitar a conversão do Estado em uma burocracia caracterizada pela impessoalidade, a não-intervenção ou o simples "encolher os ombros";

-A democracia deve favorecer e incentivar o pluralismo social, bem como garantir a "subjetividade da sociedade";

- A democracia deve comprometer-se na promoção da justiça social;

- A democracia, por si só, não tem capacidade de estabelecer os fundamentos morais da convivência cidadã;

- As regras e procedimentos democráticos de tomada de decisões não são o fundamento moral das deliberações políticas;

- A democracia deve proteger a inviolabilidade da consciência, a liberdade religiosa e o direito à vida.

Aos políticos católicos corresponde levar à vida política normas objetivas que incentivem um comportamento político justo, sendo conscientes, no entanto, de que não é a religião que deve oferecer estas normas objetivas ao debate político.

O papel da religião, já dizia Bento XVI, é ajudar a purificar e iluminar a aplicação da razão à descoberta de princípios morais objetivos. E isso porque a religião não é um problema que os legisladores devem solucionar, mas uma contribuição vital para o debate nacional

A consecução deste objetivo exige que o poder político reconheça que existem domínios reservados da consciência e que estes, no Ocidente, foram estabelecidos pelo cristianismo, pela lei natural e por uma ética dos direitos humanos. É uma aberração que o poder político queira penetrar os puros da consciência, bem como sustentar que os juízos religiosos e morais não cabem no espaço público.

Cabe lembrar da figura de Tomás Moro, padroeiro dos governantes e políticos. Sua história mostra uma verdade fundamental da moral política: a defesa da liberdade da Igreja frente às ingerências indevidas do Estado é, ao mesmo tempo, defesa da liberdade da pessoa frente ao poder político.

Nisso reside o princípio fundamental de toda ordem autenticamente humana e, por isso, construída a favor do ser humano, e não contra ele. Não é esta a primeira e principal responsabilidade e desafio ao qual deve responder o católico com vocação política?

Fonte:http://www.aleteia.org/pt/politica/documentos/o-que-os-politicos-catolicos-podem-fazer-pela-democracia-2560001

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Jorge Bergoglio nunca se opôs às mulheres na política

Acusações falsas surgiram no "Yahoo Repostas" e não têm fundamento

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© Mariano SANCHEZ / AFP

As supostas afirmações do cardeal Jorge Bergoglio contra a participação das mulheres na política são falsas.
 
Segundo comunicações difundidas nas redes sociais após a eleição do Papa Francisco, o ex-arcebispo de Buenos Aires teria dito em 2007 que "as mulheres são naturalmente ineptas para exercer cargos políticos".
 
Como mostrou a agência de notícias Aciprensa, trata-se na verdade de um simples comentário de um autor com pseudônimo no site Yahoo Respostas.
 
Aciprensa fala do trabalho realizado pelo autor do blog "Contando estrelas", que escreve com o pseudônimo Elentir, quem analisou a origem das acusações, demonstrando que foram atribuídas ao cardeal Bergoglio há 6 anos por um usuário do site Yahoo Respostas, identificado, por sua vez, com o pseudônimo "Bumper Crop".
 
Bumper Crop afirmava que havia obtido as informações da agência oficial argentina Télam, onde não há registro algum de tal informação.
 
Segundo explica Elentir, "não há sequer rastros destas declarações na rede, salvo no citado link do fórum Yahoo Respostas. Se a mídia argentina tivesse publicado material da agência oficial Télam contendo declarações abertamente misóginas de um arcebispo, muitos meios de comunicação de esquerda teriam divulgado isso e montado um escândalo".
 
Aciprensa explicou que, em 13 de março, uma organização ateia mexicana difundiu no Facebook a falsa notícia entre os seus seguidores, conseguindo que a imagem do Papa junto às supostas declarações fosse compartilhada milhares de vezes.
 
Elentir explica, além disso, que o jornal costa-riquenho El País divulgou a fraude sem buscar fontes, ignorando a mais básica ética jornalística e limitando-se a dizer que se tratava de uma informação "atribuída à agência estatal argentina de notícias Télam, que circulava pela internet".
 
O blogueiro afirma, finalmente, que "estas fraudes não só evidenciam a falta de escrúpulo dos seus autores na hora de atacar a Igreja Católica"; a rápida propagação destas mentiras "demonstra que alguns estão dispostos a engolir qualquer bobagem que alimente seu ódio contra os católicos".
 
fonte:http://www.aleteia.org/pt/mundo/noticias/jorge-bergoglio-nunca-se-opos-as-mulheres-na-politica-555003
 
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Papa Francisco versus o "lobby gay" infiltrado no Vaticano

Admitir que ele existe é um passo importante, mas impedi-lo pode ser mais difícil do que parece

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DR

Houve um rumor no Vaticano durante a renúncia do Papa Bento XVI, segundo o qual ela se devia a um escândalo gay que viria à tona e que envolveria altos membros da cúria. Recentemente, o Papa Francisco falou abertamente de um "lobby gay", durante um encontro com membros da Confederação de Religiosos e Religiosas da América Latina e Caribe:
 
"Sim, é difícil. Na cúria, há pessoas santas, pessoas verdadeiramente santas. Mas há também uma corrente de corrupção, ela existe, é verdade ... Falam de um 'lobby gay' e isso é verdade, ele está lá... Vamos ter que ver o que podemos fazer..."
 
A existência de um número significativo de homens homossexuais no sacerdócio católico foi discutida abertamente por algum tempo. O livro de Michael Rose, Goodbye Good Men, chocou muitos católicos em 2002, ao expor a subcultura homossexual desenfreada dentro seminários norte-americanos.
 
Qualquer pessoa que tenha estado perto de um sistema de seminário na Grã-Bretanha e nos EUA tem histórias semelhantes para contar, como a que ouvi de um jovem que, em sua primeira noite no seminário, foi convidado para uma festa gay na qual o reitor do seminário apareceu vestindo uma camiseta que dizia na frente: "Eu sou gay?"; e na parte de trás: "Pergunte ao meu namorado".
 
Há várias histórias de jovens convencionais sendo abordados por membros de grupos homossexuais e que acabam sendo perseguidos e expulsos quando não estão em conformidade com a subcultura gay vigente.
 
Em 2005, o Vaticano ordenou uma investigação sobre os seminários nos Estados Unidos e as coisas melhoraram consideravelmente desde então. O Papa Francisco comentou agora que existe uma subcultura homossexual semelhante dentro do Vaticano, e que ele quer fazer algo sobre isso.
 
Isso pode ser mais difícil do que ele imagina. A lavender mafia em seminários norte-americanos tornou-se flagrante. Os professores dos seminários não só estavam envolvidos em relações homossexuais, mas também defendiam os "direitos dos homossexuais" e promoviam ativamente as opções homossexuais. Havia uma abundância de testemunhas e provas. Era relativamente fácil, portanto, erradicar o problema.
 
A situação no Vaticano é muito mais oculta. Pode haver homossexuais ativos entre os clérigos e funcionários que trabalham no Vaticano, mas é improvável que eles sejam os ativistas gays. Pelo contrário, se houver um "lobby gay", é muito mais provável que esteja relacionado a um grupo de principiantes. A homossexualidade em si nunca será mencionada. Tudo será comunicado com piscadelas. As nomeações serão feitas aos favoritos, os pecadinhos serão varridos para debaixo do tapete, e os olhos vendados se voltarão para a indiscrição sexual.
 
O que pode ser feito com relação a uma sociedade secreta que não tem membros óbvios e que continua sendo nada mais que uma coleção de amigos imprecisos? Não muita coisa. Não é pecado para um homem experimentar atração por alguém do mesmo sexo, nem é proibido ter amigos íntimos. De fato, um sacerdote celibatário precisa de amizades íntimas, que o apoiem, e que haja um forte espírito fraterno entre o clero.
 
Não seria correto começar uma caça às bruxas, suspeitando que cada sacerdote com amigos íntimos faz parte de um grupo homossexual; tampouco seria possível investigar cada quarto do Vaticano para ver se existem comportamentos ilícitos. O que podemos fazer? Mandar a polícia católica aos quartos? Monitorar as atividades extra-laborais de cada sacerdote? Revisar cada companheiro de férias, reservas de hotel e amigos especiais?
 
O assunto é mais complicado: é possível que existam homossexuais ativos no Vaticano, mas o “lobby gay” poderia ser formado por um grupo de homens que são homossexuais celibatários – homens que funcionam dentro das redes de outros homens que compartilham as mesmas propensões, não só sexualmente, mas também em matéria de gosto litúrgico, política eclesiástica e pontos de vista teológicos.
 
Costumamos pensar em ativistas homossexuais como liberais radicais, mas existe esta outra categoria de clero católico de orientação homossexual, formada por conservadores no campo teológico e litúrgico, e estritamente celibatários.
 
Se esses sacerdotes conservadores são o “lobby gay”, então a situação é inclusive mais complexa. Eles não podem ser removidos porque não estão fazendo nada de errado; além disso, seus inimigos poderiam ser os liberais radicais que não concordam com sua postura conservadora e com o fato (em sua opinião) de que estes homens sejam “homossexuais reprimidos” hipócritas. Então, em uma tentativa de socavar sua postura conservadora, os liberais poderiam estar apontando esse grupo como o “lobby gay” secreto que precisa vir à luz e ser reorientado.
 
Se o Papa Francisco decidir empreender ações contra este secreto “lobby gay”, a melhor maneira de seguir em frente não seria fazer uma caça às bruxas, mas lançar um apelo positivo aos membros da cúria, para que vivam de acordo com seus votos sacerdotais.
 
Não importa quão complexa seja a situação; o problema não será resolvido castigando ou rejeitando, mas renovando e reformando, partindo de dentro do coração humano. Esta renovação e esta reforma requerem uma volta aos ideais do Evangelho de Cristo, como a simplicidade, o sacrifício e o serviço – ideais estes que o Papa Francisco vive e que os demais sacerdotes da Igreja Católica deveriam imitar.

fonte:http://www.aleteia.org/pt/religi%C3%A3o/documentos/papa-francisco-contra-o-secreto-lobby-gay-no-vaticano-1960003

 




Artigo Visto: 1948

 




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