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05/09/2014
Peres propõe a Francisco a criação de uma ONU das religiões
Peres propõe a Francisco a criação de uma ONU das religiões
Sexta, 05 de setembro de 2014
Papa Francisco - Shimon Peres
O Oriente Médio e sua dramática situação foram os principais temas de duas audiências que o Papa Francisco teve na manhã desta quinta-feira, dia 04 de setembro. O Pontífice recebeu no Vaticano primeiro o ex-presidente israelense, Shimon Peres, e depois o príncipe da Jordânia, Hassan bin Talal. Ambos receberam o Papa durante a sua viagem à Terra Santa e entabularam uma relação de cordialidade além do protocolo. O príncipe Hassan bin Talal é bem conhecido por seu compromisso no diálogo inter-religioso. E Peres foi um dos protagonistas da histórica oração pela paz no Oriente Médio que aconteceu nos jardins do Vaticano.
A reportagem é de Marco Tosatti e publicada por Vatican Insider, 04-09-2014. A tradução é de André Langer.
O ex-presidente da República de Israel apresentou-se nesta quinta-feira com uma proposta muito precisa, e falou a respeito em uma entrevista à revista Famiglia Cristiana: substancialmente, trata-se da criação de uma espécie de ONU das religiões.
“Considerando que a ONU teve seu tempo, o que se necessita é uma Organização das Religiões Unidas, uma ONU das religiões – disse Peres na entrevista à Famiglia Cristiana. Seria a melhor forma para enfrentar estes terroristas que matam em nome da fé, porque a maior parte das pessoas não é como eles, pratica a própria religião sem matar a ninguém, sem nem sequer pensar nisso”.
Peres explicou:
“Creio que deveria existir também uma Carta das Religiões Unidas, exatamente como existe a Carta das Nações Unidas. A nova Carta serviria para estabelecer em nome de todas as religiões que degolar pessoas ou cometer assassinatos em massa, como vemos nestas semanas, não tem nada a ver com a religião. E foi isto que propus ao Papa”.
Shimon Peres, que tem 91 anos e recebeu em 1994, junto com Yitzhak Rabine e Yasser Arafat o Prêmio Nobel da Paz, destacou que “hoje nos confrontamos com centenas, talvez milhares, de movimentos terroristas que pretendem matar em nome de Deus. É uma guerra completamente nova em relação às do passado, tanto nas técnicas como, sobretudo, nas motivações. Para nos opormos a esta direção temos a Organização das Nações Unidas. É um organismo político, mas não tem nem os exércitos que os países têm, nem a convicção produzida pelas religiões”.
E justamente graças à força das religiões, e ao carisma da figura do Pontífice, Peres queria que quem dirigisse a ONU das religiões fosse o Papa Francisco: “Se vejo o panorama noto uma coisa: talvez pela primeira vez na história o Santo Padre é um líder respeitado como tal não apenas por muitas pessoas, mas também pelas mais diferentes religiões e seus expoentes. Mais: talvez seja o único líder respeitado verdadeiramente. Por isso, me veio a ideia que propus ao Papa Francisco”.
O líder israelense expôs sua proposta ao Papa, que manifestou seu interesse e o animou; não se comprometeu pessoalmente, mas garantiu que há dicastérios vaticanos que se ocupam deste tipo de iniciativas e de trabalho: “O Papa – disse o porta-voz da Santa Sé, o padre Federico Lombardi – tomou um bom tempo para estar com Peres, a quem, como se sabe, considera um homem de paz, e embora não tenha havido comunicados oficiais, pois não foi uma audiência de um líder de Estado ou de Governo, a duração da conversa indica que o Pontífice acolheu com interesse as propostas de Peres e as informações do príncipe jordaniano sobre o centro inter-religioso para a paz, expressando também o seu apoio”. O Papa, acrescentou Lombardi, explicou que “há dicastérios da Santa Sé que se dedicam a estas atividades: os do Diálogo Inter-Religioso e o da Justiça e Paz.
Então, os cardeais Koch e Turkson acompanharão com atenção a proposta”.
A segunda audiência da manhã no Vaticano foi com o príncipe da Jordânia, Hassan bin Talal, e durou cerca de meia hora. O padre Lombardi recordou o compromisso do príncipe Hassan no diálogo entre as religiões, pois fundou um centro inter-religioso pela paz e pelos direitos humanos. “Falou com o Papa sobre o compromisso contra a violência, a favor da dignidade da pessoa, da fraternidade, da ajuda aos pobres no mundo globalizado”. O príncipe entregou ao Papa as publicações editadas pelo centro inter-religioso por ele fundado, entre as que se destaca uma edição única com os textos das diferentes confissões.
Fonte:http://www.ihu.unisinos.br/noticias/534962-peres-propoe-a-francisco-a-criacao-de-uma-onu-das-religioes
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