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07/11/2013
“João Paulo II nunca soube a verdade sobre Marcial Maciel, assegura seu ex-secretário pessoal”.

 “João Paulo II nunca soube a verdade sobre Marcial Maciel, assegura seu ex-secretário pessoal”. Mas, o testemunho do secretário particular de Maciel é outro: “Não quis escutá-lo, não acreditou”.

 

ROMA, 06 Nov. 13 / 10:20 am (ACI/EWTN Noticias).- O Arcebispo de Cracóvia (Polônia), Cardeal Stanislaw Dziwisz, que foi o secretário pessoal do Papa João Paulo II durante mais de 40 anos, assegurou que o futuro santo nunca soube a verdade sobre a vida imoral que levava o fundador dos Legionários de Cristo, Marcial Maciel.

“Sei eu também, mas pensando a posteriori, que o Santo Padre nunca deveria ter recebido esse indivíduo. Mas João Paulo II quando o encontrou não sabia nada, absolutamente nada!”, disse o Cardeal, em declarações compiladas no livro-entrevista “vivi com um santo”, escrito pelo jornalista Gian Franco Svidercoschi.

Conforme explicou o Arcebispo de Cracóvia, para João Paulo II, Maciel “era ainda o fundador de uma grande ordem religiosa e basta, ninguém tinha falado nada com ele! Nem sequer dos rumores que corriam!”.

Nos últimos anos de sua vida, surgiram diversos informes que revelaram as duas vidas que tinha Marcial Maciel, com atos que compreendiam o abuso sexual, filhos secretos e inclusive vício a drogas.

Em 2006, Bento XVI determinou que Maciel se abstivesse de exercer o ministério sacerdotal publicamente, e foi obrigado a recolher-se a “uma vida de oração e penitência”. O fundador dos Legionários de Cristo faleceu em 30 de janeiro de 2008.

O Cardeal Stanislaw Dziwisz explicou que a reação lenta frente às denúncias de abusos foi devido à burocracia no Vaticano.

“São, por desgraça, as consequências de uma estrutura ainda extremamente burocrática”, lamentou.

O Arcebispo de Cracóvia explicou os reparos de João Paulo II ao marxismo na teologia da libertação, pois “o marxismo, que defende a luta de classes, uma revolução violenta, não podia certamente ser adotado como solução aos males na América Latina”.

“Existia o perigo, muito realista, que a medicina pudesse revelar-se mais daninha que a doença mesma”, disse.

“Ao mesmo tempo é verdade que João Paulo II aprovou expressamente uma teologia da libertação em sinal da opção pelos pobres, quer dizer da grande eleição evangélica cumprida pela Igreja latino-americana”, particularizou.

O ex-secretário pessoal de João Paulo II revelou que o beato, próximo à canonização, refletiu durante muito tempo sobre uma possível renuncia ao pontificado.

“Sobre a renúncia, o Papa examinou os textos deixados pelo Papa Montini (Paulo VI), consultou os mais estreitos colaboradores, entre eles o Cardeal Ratzinger. Estabeleceu também um especial procedimento para a demissão, caso não estivesse mais em capacidade de desenvolver seu ministério”, disse.

Ao final, assinalou o Cardeal Dziwisz, “como sempre tinha feito na sua vida, Karol Wojtyla se submeteu à vontade do Senhor: ia permanecer até que ele o quisesse”.

 

Os arquivos de Fratres in Unum estão repletos de matérias a esse respeito (nossos leitores poderão pesquisá-las na “busca” disponível em nossa barra lateral e citá-las na caixa de comentários). Particularmente, recordamos um post, de junho de 2012, que traz as notas tomadas pelo secretário particular de Bento XVI de um encontro com o Pe. Rafael Moreno, assistente pessoal de Marcial por 18 anos, e que vieram à tona no escândalo dos Vatileaks:

livro de Nuzzi nos dá mais detalhes, reproduzindo as breves notas tomadas pelo secretário papal no dia 19 de outubro de 2011, depois de uma reunião de meia hora com o padre Rafael Moreno, um sacerdote mexicano que atuou como assistente particular de Maciel por 18 anos.

No texto completo da nota sem assinatura reproduzida por Nuzzi, escrita em papel timbrado do “Secretário Particular de Sua Santidade”, lemos:

“19 de outubro de 2011
Reunião 9:00 – 9:30 da manhã
Por mim
Reunião com o padre Rafael Moreno, secretário particular de M.M.

  • Foi por 18 anos secretário particular de MM; isto foi de …[palavra ilegível]
  • Destruiu prova contra ele (material incriminatório)
  • Quis informar P.P.II em 2003, mas ele não quis escutá-lo, não acreditou
  • Quis informar o Card. Sodano, mas ele não lhes concedeu uma audiência
  • Cardeal De Paolis tinha pouco tempo”

Nuzzi afirma que, provavelmente, “P.P.II” se refere a João Paulo II. Cardeal Velasio De Paolis, por sua vez, é o oficial Vaticano que Bento XVI designou para supervisionar uma reforma dos Legionários.

Para Nuzzi, o fracasso em levar Moreno a sério em 2003 é especialmente condenatório, dado que este testemunho veio “não de uma vítima, talvez motivada pelo ódio, mas da melhor testemunha possível: o secretário que, por 18 anos, seguiu o fundador da congregação dia a dia, e que, portanto, sabia de sua vida dupla e tripla, de seus mais secretos aspectos”.

Fonte:http://fratresinunum.com/2013/11/07/aci-joao-paulo-ii-nunca-soube-a-verdade-sobre-marcial-maciel-assegura-seu-ex-secretario-pessoal-mas-o-testemunho-do-secretario-de-maciel-e-outro/
 




Artigo Visto: 1975

 




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