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21/10/2019
Os bispos fizeram um pacto

Os bispos fizeram um pacto

20 de outubro de 2019

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Por FratresInUnum.com

Foi hoje, às 7 horas da manhã, na catacumba de Domitila. Cerca de 40 bispos celebraram uma missa, presidida por ninguém menos que Dom Claudio Hummes, em que selaram um pacto!

Não é a primeira vez que isto acontece. Em 1965, sob a liderança de Dom Hélder Câmara, alguns bispos firmaram um pacto no mesmo lugar, e este pacto serviu como base de ativação para toda a teologia da libertação, que explodiu nos anos seguintes.

A palavra “pacto” soa como algo demoníaco. É muito diferente da palavra “aliança”, usada no antigo testamento para designar os compromissos dos patriarcas com o Deus de Abraão.

Mas parece que os bispos da recém-fundada religião Amazônia não se incomodam muito com o demônio. A propósito, é bom que não nos esqueçamos daquilo que aconteceu no dia 4 de outubro, nos jardins Vaticanos, antes da abertura do Sínodo.

O diabo entronizado no Vaticano?

Foi uma cerimônia de consagração. Supostamente, a São Francisco de Assis. Mas, além de ali não haver nenhuma imagem do santo, a tal “oração de consagração” não foi senão um louvor pela criação, acompanhado anteriormente por um ritual pagão.

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Estendidos sobre um pano, ao centro do jardim, estavam entronizadas imagens de falsos deuses: um ídolo com o órgão sexual masculino ereto e de tamanho desproporcional, uma deusa nua e grávida, a pachammama, e outras representações do paganismo indígena. Depois, eles todos se prostraram, com o rosto no chão, adorando a terra e invocando, com chocalhos, os espíritos da floresta.

Vale lembrar que, de início, o Vaticano afirmou que aquela imagem feminina, posteriormente carregada em adores pelos bispos, era Nossa Senhora (uma blasfêmia!), mas, depois, teve de reconhecer que não era. Na sala de imprensa, não se reconheceu, entretanto, que era um ídolo pagão, ninguém menos que a pachammama, Gaia, a quem chamam de mãe, pois, ao invés de se considerarem filhos de Deus, consideram-se filhos da terra.

Cenas de rituais pagãos como esses se tornaram comuns nos últimos dias em Igrejas romanas.

As imagens causaram indignação pelas redes sociais e enorme desconcerto em muitos fiéis, mas não podemos reduzir o seu significado a uma mera agressão interreligiosa, mais uma entre as dezenas já realizadas nas últimas décadas. Aqui, trata-se de uma consagração! E o Papa Francisco ali estava, presidindo aquele momento, consentindo em tudo o que acontecia.

”Abriram o poço do abismo”

Não há neutralidade no mundo espiritual. São Paulo ensinou aos Coríntios que aquilo que os pagãos sacrificam, “sacrificam aos demônios” (1Cor 10,20). E ordena: “fugi da idolatria” (1Cor 10,14).

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Pacto assinado com sangue ou urucum?

Satanás é astuto e se serve de todas as aberturas para poder entrar e destruir as almas. Imagine o que representa para ele que um papa abra as portas do Vaticano para todos aqueles ídolos e permita que sejam cultuados em um rito de consagração! O que pode acontecer com a Igreja? Ainda mais, o que significa 40 bispos fazendo um pacto dentro de um cemitério?

Em Apocalipse, São João diz: “vi uma estrela que do céu caiu na terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo. E abriu o poço do abismo” (Ap 9,1-2).

Ninguém pode alegar que não viu a cerimônia de consagração no Vaticano. As imagens são públicas, não deixam margem para a dúvida! Os bispos, ao contrário, não aceitaram testemunhas. Expulsaram Bernardo Kuster, que tentou acompanhar o ato. O pacto que fizeram foi às escuras, abaixo da terra, sozinhos.

No exorcismo de Leão XIII, este Pontífice deixou registradas as seguintes palavras, para que meditássemos: “Eis que o antigo inimigo e homicida tem se erguido com impetuosidade. Transfigurado em ‘anjo de luz’ (2Cor 11,14), com a escolta de todos os espíritos malignos, cercou e invadiu a terra inteira, e se instala em todo lugar, com o desígnio de manchar ali o Nome de Deus e de Seu Cristo, de roubar as almas destinadas à coroa da Glória Eterna, de destruí-las e perdê-las para sempre. O dragão maldito transvasou, como rio imundíssimo, o veneno de sua iniqüidade em homens depravados de mente e corruptos de coração: incutiu-lhes o espírito de mentira, impiedade, blasfêmia, e seu hálito mortífero de luxúria, de todos os vícios e iniquidades. Os mais maliciosos inimigos tem enchido de amargura a Igreja, esposa do Cordeiro Imaculado, tem-lhe dado a beber absinto, tem posto suas mãos ímpias sobre tudo o que para Ela é mais sagrado. Onde foram estabelecidas a Sé do Beatíssimo Pedro e a Cátedra da Verdade como Luz para as Nações, eles tem erguido o Trono da Abominação e da Impiedade, de sorte que, ferido o Pastor, possa dispersar-se o rebanho”.

Precisamos abrir os olhos e tomar posição. Não se trata de uma divergência de opiniões, mas de uma batalha entre Cristo e satanás. Já é hora de despertar! Diante dos nossos olhos, o diabo foi entronizado no Vaticano.

Abaixo, o texto completo do Pacto que os bispos fizeram nas catacumbas.

Pacto das Catacumbas pela Casa Comum

    Por uma Igreja com rosto amazônico, pobre e servidora, profética e samaritana.

    Nós, participantes do Sínodo Pan-amazônico, partilhamos a alegria de habitar em meio a numerosos povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, migrantes, comunidades na periferia das cidades desse imenso território do Planeta. Com eles temos experimentado a força do Evangelho que atua nos pequenos. O encontro com esses povos nos interpela e nos convida a uma vida mais simples de partilha e gratuidade.  Marcados pela escuta dos seus clamores e lágrimas, acolhemos de coração as palavras do Papa Francisco:

    “Muitos irmãos e irmãs na Amazônia carregam cruzes pesadas e aguardam pela consolação libertadora do Evangelho, pela carícia de amor da Igreja. Por eles, com eles, caminhemos juntos”.

    Evocamos com gratidão aqueles bispos que, nas Catacumbas de Santa Domitila, ao término do Concílio Vaticano II, firmaram o Pacto por uma Igreja servidora e pobre. Recordamos com veneração todos os mártires membros das comunidades eclesiais de base, de pastorais e movimentos populares; lideranças indígenas, missionárias e missionários, leigas e leigos, padres e bispos, que derramaram seu sangue, por causa desta opção pelos pobres, por defender a vida e lutar pela salvaguarda da nossa Casa Comum. À gratidão por seu heroísmo unimos nossa decisão de continuar sua luta com firmeza e coragem. É um sentimento de urgência que se impõe ante as agressões que hoje devastam o território amazônico, ameaçado pela violência de um sistema econômico predatório e consumista.

    Diante da Trindade Santa, de nossas Igrejas particulares, das Igrejas da América Latina e do Caribe e daquelas que nos são solidárias na África, Ásia, Oceania, Europa e no norte do continente americano, aos pés dos apóstolos Pedro e Paulo e da multidão dos mártires de Roma, da América Latina e em especial da nossa Amazônia, em profunda comunhão com o sucessor de Pedro, invocamos o Espírito Santo, e nos comprometemos pessoal e comunitariamente com o que se segue:

    1. Assumir, diante da extrema ameaça do aquecimento global e da exaustão dos recursos naturais, o compromisso de defender em nossos territórios e com nossas atitudes a floresta amazônica em pé. Dela vêm as dádivas das águas para grande parte do território sul-americano, a contribuição para o ciclo do carbono e regulação do clima global, uma incalculável biodiversidade e rica socio diversidade para a humanidade e a Terra inteira.

    2. Reconhecer que não somos donos da mãe terra, mas seus filhos e filhas, formados do pó da terra (Gn 2, 7-8),  hóspedes e peregrinos (1 Pd 1, 17b e 1 Pd 2, 11), chamados a ser seus zelosos cuidadores e cuidadoras (Gn 1, 26). Para tanto, comprometemo-nos com uma ecologia integral, na qual tudo está interligado, o gênero humano e toda a criação porque a totalidade dos seres são filhas e filhos da terra e sobre eles paira o Espírito de Deus (Gn 1, 2).

    3. Acolher e renovar a cada dia a aliança de Deus com todo o criado: “De minha parte, vou estabelecer minha aliança convosco e com vossa descendência, com todos os seres vivos que estão convosco, aves, animais domésticos e selvagens, enfim, com todos os animais da terra que convosco saíram da arca (Gn 9, 9-10 e Gn 9, 12-17).

    4. Renovar em nossas igrejas a opção preferencial pelos pobres, em especial pelos povos originários, e junto com eles garantir o direito de serem protagonistas na sociedade e na Igreja. Ajudá-los a preservar suas terras, culturas, línguas, histórias, identidades e espiritualidades. Crescer na consciência de que estas devem ser respeitadas local e globalmente e, consequentemente favorecer, por todos os meios ao nosso alcance, que sejam acolhidas em pé de igualdade no concerto mundial dos demais povos e culturas.

    5. Abandonar, como decorrência, em nossas paróquias, dioceses e grupos toda espécie de mentalidade e postura colonialista, acolhendo e valorizando a diversidade cultural, étnica e linguística num diálogo respeitoso com todas as tradições espirituais.

    6. Denunciar todas as formas de violência e agressão à autonomia e direitos dos povos originários, à sua identidade, aos seus territórios e às suas formas de vida.

    7. Anunciar a novidade libertadora do evangelho de Jesus Cristo, na acolhida ao outro e ao diferente, como sucedeu com Pedro na casa de Cornélio: “Vós bem sabeis que a um judeu é proibido relacionar-se com um estrangeiro ou entrar em sua casa. Ora, Deus me mostrou que não se deve dizer que algum homem é profano ou impuro” (At 10, 28).

    8. Caminhar ecumenicamente com outras comunidades cristãs no anúncio inculturado e libertador do evangelho, e com as outras religiões e pessoas de boa vontade, na solidariedade com os povos originários, com os pobres e pequenos, na defesa dos seus direitos e na preservação da Casa Comum.

    9. Instaurar em nossas igrejas particulares um estilo de vida sinodal, onde representantes dos povos originários, missionários e missionárias, leigos e leigas, em razão do seu batismo, e em comunhão com seus pastores, tenham voz e voto nas assembleias diocesanas, nos conselhos pastorais e paroquiais, enfim em tudo que lhes compete no governo das comunidades.

    10. Empenhar-nos no urgente reconhecimento dos ministérios eclesiais já existentes nas comunidades, exercidos por agentes de pastoral, catequistas indígenas, ministras e ministros e da Palavra, valorizando em especial seu cuidado em relação aos mais vulneráveis e excluídos.

    11. Tornar efetiva nas comunidades a nós confiadas a passagem de uma pastoral de visita a uma pastoral de presença, assegurando que o direito à Mesa da Palavra e à Mesa de Eucaristia se torne efetivo em todas as comunidades.

    12. Reconhecer os serviços e a real diaconia do grande número de mulheres que hoje dirigem comunidades na Amazônia e procurar consolidá-los com um ministério adequado de mulheres dirigentes de comunidade.

    13. Buscar novos caminhos de ação pastoral nas cidades onde atuamos, com protagonismo de leigos e jovens, com atenção às suas periferias e aos migrantes, aos trabalhadores e aos desempregados, aos estudantes, educadores, pesquisadores e ao mundo da cultura e da comunicação.

    14. Assumir diante da avalanche do consumismo um estilo de vida alegremente sóbrio, simples e solidário com os que pouco ou nada tem; reduzir a produção de lixo e o uso de plásticos, favorecer a produção e comercialização de produtos agroecológicos, utilizar sempre que possível o transporte público.

    15. Colocar-nos ao lado dos que são perseguidos pelo profético serviço de denúncia e reparação de injustiças, de defesa da terra e dos direitos dos pequenos, de acolhida e apoio a migrantes e refugiados. Cultivar amizades verdadeiras com os pobres, visitar as pessoas mais simples e os enfermos, exercitando o ministério da escuta, da consolação e do apoio que trazem alento e renovam a esperança.

    Conscientes de nossas fragilidades, de nossa pobreza e pequenez diante de tão grandes e graves desafios, confiamo-nos à oração da Igreja. Que sobretudo nossas Comunidades Eclesiais nos socorram com sua intercessão, afeto no Senhor e, sempre que necessário, com a caridade da correção fraterna.

    Acolhemos de coração aberto o convite do Cardeal Hummes para nos deixarmos guiar pelo Espírito Santo nestes dias do Sínodo e no retorno às nossas igrejas:

    “Deixem-se envolver no manto da Mãe de Deus e Rainha da Amazônia. Não deixemos que nos vença a auto-referencialidade, mas sim a misericórdia diante do grito dos pobres e da terra. Será necessária muita oração, meditação e discernimento, além de uma prática concreta de comunhão eclesial e espírito sinodal. Este sínodo é como uma mesa que Deus preparou para os seus pobres e nos pede a nós que sejamos aqueles que servem à mesa”.

    Celebramos esta Eucaristia do Pacto como “um ato de amor cósmico. “Sim, cósmico! Porque mesmo quando tem lugar no pequeno altar duma igreja de aldeia, a Eucaristia é sempre celebrada, de certo modo, sobre o altar do mundo”. A Eucaristia une o céu e a terra, abraça e penetra toda a criação. O mundo saído das mãos de Deus, volta a Ele em feliz e plena adoração: no Pão Eucarístico “a criação propende para a divinização, para as santas núpcias, para a unificação com o próprio Criador”. “Por isso, a Eucaristia é também fonte de luz e motivação para as nossas preocupações pelo meio ambiente, e leva-nos a ser guardiões da criação inteira”.

    Catacumbas de Santa Domitila
    Roma, 20 de outubro de 2019

Fonte:https://fratresinunum.com/2019/10/20/os-bispos-fizeram-um-pacto/?fbclid=IwAR20_VitegozQJ3iowws4pRL4YEuvTGwvEy27Q-qHyZb4yIhVAxd7V2sHnc




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