Sinais do Reino


Papa Francisco
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25/07/2013
Papa Francisco: “Depois da JMJ, quero agitação nas dioceses”


Papa Francisco: “Depois da JMJ, quero agitação nas dioceses”


Encontro com jovens argentinos: “Esta civilização mundial foi longe demais com o culto que fez ao deus dinheiro”
25.07.2013
Gilberto Hernández García




“Cuidem dos dois extremos da vida: dos idosos e dos jovens. Não permitam que os excluam e não batam sua fé no liquidificador”: este foi o pedido do Papa Francisco aos jovens argentinos que se reuniram com ele hoje na Catedral de São Sebastião, no Rio de Janeiro.

Em um encontro programado quase de última hora, os peregrinos argentinos tiveram a oportunidade de estar com seu conterrâneo, o Papa Bergoglio: “Sugeri ao doutor Gasbarri que buscássemos um lugarzinho para me encontrar com vocês, e ao meio-dia ele já tinha arrumado tudo”, comentou o Papa, diante da emoção dos presentes.

Em sua mensagem, o Papa convidou os jovens a “agitar as dioceses”: “O que espero como consequência da JMJ? Quero agitação nas dioceses, quero que saiam, que a Igreja saia às ruas”.

E insistiu em que a Igreja deve se defender, se afastar da mundanidade, da instalação e da comodidade, do clericalismo. Como Igreja, não podemos viver “fechados em nós mesmos; as instituições são para sair. Se não saímos, a Igreja se converte em uma ONG. E a Igreja não pode ser uma ONG!”, disse, provocando um intenso aplauso.

Francisco foi enfático: “Esta civilização mundial foi longe demais com o culto que fez ao deus dinheiro”. E comentou que estamos vendo uma generalização prática da exclusão, particularmente dos dois extremos da vida: os idosos e os jovens.

Disse que os idosos não são cuidados, valorizados o suficiente, que não os deixam falar. É uma espécie de eutanásia, particularmente uma eutanásia cultural: não deixam os idosos se expressarem.

Mas os jovens também são excluídos: “Há muitos jovens que não estudam nem trabalham”, não há oportunidades para as gerações mais jovens. “Não têm a experiência da dignidade do trabalho”, constatou o Papa.

“Esta civilização levou à exclusão das duas pontas. Os jovens têm de sair e lutar pelos valores. Os idosos devem abrir a boca, transmitir-nos a sabedoria dos povos.”

E desafiou os jovens: “Não briguem com os velhos; deixem que eles falem. Os jovens e os idosos estão condenados pela civilização moderna ao mesmo destino: a exclusão. Por isso, precisam trabalhar”.

“A fé em Jesus Cristo não é brincadeira, é algo sério. É um escândalo que Deus tenha vindo para ser como um de nós, que tenha morrido na cruz. A encarnação do Filho de Deus é um escândalo (…). Não batam sua fé em Jesus Cristo no liquidificador; não tomem uma batida de fé. A fé se toma inteira, não deve ser batida no liquidificador. É a fé em Jesus Cristo, no Filho de Deus feito Homem.”

Em suma, disse: “Cuidem dos extremos dos povos: os idosos e os jovens. Não se deixem excluir e não batam sua fé no liquidificador”.

E recomendou: “Se vocês quiserem saber que coisas práticas devem fazer, leiam o Evangelho de Mateus, no capítulo 25. Não precisam ler outra coisa”.

Depois, abençoou uma imagem de Nossa Senhora, padroeira da Argentina, que peregrinará junto a uma cruz de São Damião por todo o território do seu país, e pediu que Ela “nos ensine a sair às ruas, a sair de nós mesmos”.

Com relação à cruz, destacou que ela é “humildade, mansidão, nos fala da proximidade de Deus”.

O Papa se despediu dos jovens conterrâneos insistindo: “Rezem por mim; lembrem-se de que preciso muito da sua oração”.

fonte:http://www.aleteia.org/pt/mundo/noticias/papa-francisco-e-argentinos-2864001

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 discurso do Papa na favela de Manguinhos

Visita do Papa Francisco à comunidade de Varginha, na favela de Manguinhos, no dia 25 de julho de 2013, no contexto da Jornada Mundial da Juventude

25.07.2013
Papa Francisco
© Alessia GIULIANI /CPP
 
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Queridos irmãos e irmãs,
 

Que bom poder estar com vocês aqui! Desde o início, quando planejava a minha visita ao Brasil, o meu desejo era poder visitar todos os bairros deste País. Queria bater em cada porta, dizer “bom dia”, pedir um copo de água fresca, beber um "cafezinho", falar como a amigos de casa, ouvir o coração de cada um, dos pais, dos filhos, dos avós... Mas o Brasil é tão grande! Não é possível bater em todas as portas! Então escolhi vir aqui, visitar a Comunidade de vocês que hoje representa todos os bairros do Brasil. Como é bom ser bem acolhido, com amor, generosidade, alegria! Basta ver como vocês decoraram as ruas da Comunidade; isso é também um sinal do carinho que nasce do coração de vocês, do coração dos brasileiros, que está em festa! Muito obrigado a cada um de vocês pela linda acolhida! Agradeço a Dom Orani Tempesta e ao casal Rangler e Joana pelas suas belas palavras.

 

1. Desde o primeiro instante em que toquei as terras brasileiras e também aqui junto de vocês, me sinto acolhido. E é importante saber acolher; é algo mais bonito que qualquer enfeite ou decoração. Isso é assim porque quando somos generosos acolhendo uma pessoa e partilhamos algo com ela – um pouco de comida, um lugar na nossa casa, o nosso tempo - não ficamos mais pobres, mas enriquecemos. Sei bem que quando alguém que precisa comer bate na sua porta, vocês sempre dão um jeito de compartilhar a comida: como diz o ditado, sempre se pode “colocar mais água no feijão”! E vocês fazem isto com amor, mostrando que a verdadeira riqueza não está nas coisas, mas no coração!

 

E povo brasileiro, sobretudo as pessoas mais simples, pode dar para o mundo uma grande lição de solidariedade, que é uma palavra frequentemente esquecida ou silenciada, porque é incômoda. Queria lançar um apelo a todos os que possuem mais recursos, às autoridades públicas e a todas as pessoas de boa vontade comprometidas com a justiça social: Não se cansem de trabalhar por um mundo mais justo e mais solidário! Ninguém pode permanecer insensível às desigualdades que ainda existem no mundo! Cada um, na medida das próprias possibilidades e responsabilidades, saiba dar a sua contribuição para acabar com tantas injustiças sociais! Não é a cultura do egoísmo, do individualismo, que frequentemente regula a nossa sociedade, aquela que constrói e conduz a um mundo mais habitável, mas sim a cultura da solidariedade; ver no outro não um concorrente ou um número, mas um irmão.

 

Quero encorajar os esforços que a sociedade brasileira tem feito para integrar todas as partes do seu corpo, incluindo as mais sofridas e necessitadas, através do combate à fome e à miséria. Nenhum esforço de “pacificação” será duradouro, não haverá harmonia e felicidade para uma sociedade que ignora, que deixa à margem, que abandona na periferia parte de si mesma. Uma sociedade assim simplesmente empobrece a si mesma; antes, perde algo de essencial para si mesma. Lembremo-nos sempre: somente quando se é capaz de compartilhar é que se enriquece de verdade; tudo aquilo que se compartilha se multiplica! A medida da grandeza de uma sociedade é dada pelo modo como esta trata os mais necessitados, quem não tem outra coisa senão a sua pobreza!

 

2. Queria dizer-lhes também que a Igreja, «advogada da justiça e defensora dos pobres diante das intoleráveis desigualdades sociais e econômicas, que clamam ao céu» (Documento de Aparecida, 395), deseja oferecer a sua colaboração em todas as iniciativas que signifiquem um autêntico desenvolvimento do homem todo e de todo o homem. Queridos amigos, certamente é necessário dar o pão a quem tem fome; é um ato de justiça. Mas existe também uma fome mais profunda, a fome de uma felicidade que só Deus pode saciar. Não existe verdadeira promoção do bem-comum, nem verdadeiro desenvolvimento do homem, quando se ignoram os pilares fundamentais que sustentam uma nação, os seus bens imateriais: a vida, que é dom de Deus, um valor que deve ser sempre tutelado e promovido; a família, fundamento da convivência e remédio contra a desagregação social; a educação integral, que não se reduz a uma simples transmissão de informações com o fim de gerar lucro; a saúde, que deve buscar o bem-estar integral da pessoa, incluindo a dimensão espiritual, que é essencial para o equilíbrio humano e uma convivência saudável; a segurança, na convicção de que a violência só pode ser vencida a partir da mudança do coração humano.

 

3. Queria dizer uma última coisa. Aqui, como em todo o Brasil, há muitos jovens. Vocês, queridos jovens, possuem uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas muitas vezes se desiludem com notícias que falam de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o seu próprio benefício. Também para vocês e para todas as pessoas repito: nunca desanimem, não percam a confiança, não deixem que se apague a esperança. A realidade pode mudar, o homem pode mudar. Procurem ser vocês os primeiros a praticar o bem, a não se acostumarem ao mal, mas a vencê-lo. A Igreja está ao lado de vocês, trazendo-lhes o bem precioso da fé, de Jesus Cristo, que veio «para que todos tenham vida, e vida em abundância» (Jo 10,10).

 

Hoje a todos vocês, especialmente aos moradores dessa Comunidade de Varginha, quero dizer: Vocês não estão sozinhos, a Igreja está com vocês, o Papa está com vocês. Levo a cada um no meu coração e faço minhas as intenções que vocês carregam no seu íntimo: os agradecimentos pelas alegrias, os pedidos de ajuda nas dificuldades, o desejo de consolação nos momentos de tristeza e sofrimento. Tudo isso confio à intercessão de Nossa Senhora Aparecida, Mãe de todos os pobres do Brasil, e com grande carinho lhes concedo a minha Bênção.

 

[© Copyright - Libreria Editrice Vaticana]

[Fonte: Sala de Imprensa da Santa Sé]

Fonte:http://www.aleteia.org/pt/religiao/noticias/documento-discurso-do-papa-na-favela-de-manguinhos-2825003

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As grandes lições sobre moral católica do papa Francisco

Estamos diante do coração da moral católica (particularmente em seu aspecto de moral social) e das formas de mantê-la viva e incidente no mundo

25.07.2013
Francisco Borba Ribeiro Neto
 
JMJ Rio2013
 
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A moral católica muitas vezes é vista, mesmo por nós católicos, como um conjunto de preceitos mais ou menos restritivos, que basicamente dizem o que é certo e o que é errado – ainda que muitas vezes as pessoas não entendam porque certas coisas são consideradas certas e outras erradas pela Igreja. Esta visão negativa e pobre da ética cristã afasta muitas pessoas da religião, mas é a mais explorada pela mídia laica, que insiste em apresentar a Igreja como “a grande repressora”.

 

Diante deste quadro, o papa Francisco apresentou, na homilia na Basílica de Aparecida e no discurso no Hospital São Francisco, no Rio de Janeiro, duas grandes lições de moral católica. Em Aparecida, o papa disse que vinha “bater à porta da casa de Maria” para que ela ajudasse Pastores, pais e educadores a transmitir aos jovens “os valores que farão deles construtores de um País e de um mundo mais justo, solidário e fraterno”. No Hospital São Francisco, ele retoma o tema, dizendo que “é necessário enfrentar os problemas que estão na raiz do uso das drogas, promovendo uma maior justiça, educando os jovens para os valores que constroem a vida comum, acompanhando quem está em dificuldade e dando esperança no futuro”.

 

Nos dois casos, podemos esperar a seguir uma apresentação dos valores cristãos e do modo mais adequado para cultivá-los. Por isso, estamos diante do coração da moral católica (particularmente em seu aspecto de moral social) e das formas de mantê-la viva e incidente no mundo. Mas continuemos com a exposição do papa em cada uma das ocasiões.

 

Na homilia em Aparecida, o papa chama a atenção para “três simples posturas: conservar a esperança; deixar-se surpreender por Deus; viver na alegria”. Quão longe estamos da “repetição de princípios doutrinais” e dos “moralismos brandos ou crispados que não convertem a vida dos batizados”, já denunciados no Documento de Aparecida (Nº 12)! Os valores que construirão uma sociedade mais justa e humana dependem da simplicidade que nos faz capazes de nos surpreendermos, da esperança e da alegria que nascem do saber-se amados por Deus.

 

Qualquer jovem apaixonado já fez esta experiência de surpreender-se diante da beleza do amor; de viver alegre – como se o mundo fosse inundado por uma nova beleza e uma nova positividade; de encher seu coração da esperança de uma realização plena que só o amor pode trazer. Mas poucos adultos têm a coragem de apresentar esta experiência que nasce da paixão como raiz de uma ética, quanto mais de uma ética católica. Só a sabedoria e a liberdade de alguém apaixonado por Cristo, que percorreu toda uma vida verificando a potência do amor de Deus, permitem tal ousadia.

 

O narcotráfico e a dependência de drogas são provavelmente os símbolos mais gritantes da desumanidade de nossos tempos. Reúnem a ambição pelo lucro que não respeita a nada nem a ninguém, o poder do dinheiro que a tudo submete e a perda do sentido da vida, a desesperança e a solidão na cultura moderna, que castigam duramente a juventude e as pessoas mais sensíveis e de coração inquieto.

 

E agora, como este homem apaixonado por Cristo reapresenta a questão dos valores cristãos, como forma de enfrentar este grave problema social? Não irá ingenuamente propor a liberação do consumo de drogas ou esquecer que não há superação do vício sem empenho e luta pessoal. Mas também não irá confiar a solução dos problemas a normas coercitivas ou ações repressivas... Só o amor e a solidariedade podem criar um ambiente social que seja capaz tanto de prevenir a dependência quanto de superá-la depois que se instala.

 

No Hospital São Francisco, o papa novamente enfatizou que uma ética que nasce do amor e da fraternidade também é uma ética da esperança. Hoje, um jornalista me perguntou se a esperança deveria ser considerada um valor exclusivo dos cristãos. Respondi que a esperança é algo inerente a todos os seres humanos, mas – contudo – onde encontraríamos a esperança de uma vida depois da morte, ou de que um Deus viria gratuitamente em nosso socorro, chegando até mesmo a morrer como homem por nós? O jornalista mesmo respondeu-me que realmente seria difícil pesar numa esperança assim fora do cristianismo...

 

Que o exemplo de Francisco nos ajude a viver esta moral fascinante, de homens e mulheres apaixonados por Cristo, pela vida e pelo outro. Que diante dos que sofrem e dos que caíram, possamos dizer, como Francisco: “quero abraçar a cada um e cada uma de vocês - vocês que são a carne de Cristo – e pedir a Deus que encha de sentido e de esperança segura o caminho de vocês e também o meu”.

 
Fonte:http://www.aleteia.org/pt/educacao/noticias/as-grandes-licoes-sobre-moral-catolica-do-papa-francisco-2822002

 




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