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26/05/2021
A Virgem Maria, modelo feminino perene

Nestes tempos apostáticos, a Virgem Maria perturba, não é politicamente correta, é antiquada, é contra-revolucionária, é contraproducente para as batalhas abortivas, antifamiliares, homossexuais, favoráveis à ideologia de género...

A Virgem Maria, modelo feminino perene

25 Maio 2021

Para voltar à fé firme é necessário rezar e honrar Maria Santíssima. A partir do Concílio Vaticano II, além do parêntese do Papa João Paulo II, que tinha uma devoção particular a Nossa Senhora, a imagem da Virgem sofreu uma leitura pejorativa, às vezes teologicamente degradante e profanadora. Reduzida ao nível de uma quotidianidade feminina vulgar, Ela foi levada a descer a escada conduzindo-a ao degrau das mulheres normais, das esposas normais, das mães normais... Ela, a Bendita entre todas as mulheres, a Mãe de Deus, a Concebida sem pecado, a Co-Redentora.   

Já que Maria é o oposto do modelo feminino de hoje, onde a mulher está, há muito tempo, no centro da tormenta de um feminismo que vê o seu farol na competição social e laboral contra os homens, na reivindicação de autodeterminação em todos os campos, a própria Igreja fala pouco d’Ela, das graças extraordinárias que porta, da sua missão de porta necessária e indispensável para aceder à de Cristo Salvador. O Verbo encarnou-se em Maria e será por meio d’Ela que o demónio será derrotado, esmagado, aniquilado, como relatam as Sagradas Escrituras, do Génesis ao Apocalipse. 

Cor Jesu adveniat regnum tuum, adveniat per Mariam!    

Nestes tempos apostáticos, a Virgem Maria perturba, não é politicamente correta, é antiquada, é contra-revolucionária, é contraproducente para as batalhas abortivas, antifamiliares, homossexuais, favoráveis à ideologia de género...

Durante o primeiro encontro nacional dos Estados Gerais da natalidade, realizado a 14 de Maio, tanto o Presidente do Governo, Mario Draghi, quanto o Papa Francisco falaram sobre o problema da diminuição da natalidade, do ameaçador declínio demográfico que paira sobre o nosso cada vez mais idosos País, dando como receita para o reinício uma lei adequada para sustentar financeiramente as famílias com vários filhos. De facto, o Papa argumentou: «Na Itália, finalmente decidiu-se transformar em lei um subsídio, definido único e universal, para cada filho que nasce. Manifesto apreço às autoridades e desejo que este subsídio vá ao encontro das necessidades concretas das famílias, que fizeram e fazem tantos sacrifícios, e marque o início de reformas sociais que coloquem no centro os filhos e as famílias. Se as famílias não estiverem no fulcro do presente, não haverá futuro; mas se as famílias recomeçarem, tudo recomeçará» e prosseguiu afirmando: «Penso também, com tristeza, nas mulheres que, no trabalho, são desencorajadas a ter filhos ou que devem esconder a barriga. Como é possível que uma mulher se tenha que envergonhar do dom mais bonito que a vida pode oferecer? Não se deve envergonhar a mulher, mas a sociedade, pois uma sociedade que não acolhe a vida deixa de viver. As crianças são a esperança que faz renascer um povo!».    

Mas antes da economia, é preciso mudar a filosofia que está por trás das opções de vida das mulheres. A dizê-lo não já não apenas as mulheres que permaneceram devotas à Senhora de sempre, a verdadeira e divina, não ferial, mas até mesmo Ritanna Armeni, grande defensora das reivindicações feministas, à época simpatizante da formação extraparlamentar Potere Operaio e, posteriormente, colaboradora do nascimento do jornal “il manifesto”; que, em “Il Foglio”, há dois dias, escreveu, no artigo intitulado Os filhos que não queremos, que a Itália está a envelhecer e faz poucos filhos, mas a opinião pública ignora as verdadeiras causas da crise demográfica: «A economia não tem nada a ver e a pobreza também não. As nossas escolhas são importantes. E existem alguns tabus que, como mulheres, não queremos admitir». As mulheres de hoje têm medo dos filhos, tiram a “liberdade”, por isso, suprimem-nos se chegam, graças à lei do aborto, ou adiam-nos para uma data a definir, como ainda afirma Armeni quando conta que fez a pergunta a uma amiga com mais de trinta anos «feliz a coabitar e com um trabalho “quase” seguro […] A resposta é igualmente imediata: “Filhos? Não tenho intenção de fazê-los” e, então, para que não haja mal-entendidos, a explicação: “Não estão nos meus planos, talvez no futuro”».

Talvez... melhor pensar noutra coisa, as crianças são exigentes, absorvem muito a nossa vida, não permitem deixar tempo para os espaços de trabalho fora de casa e as distracções com as amigas, com os amigos, ou, talvez, as escapadelas que dão “sabor à vida”. A fidelidade é um valor antigo e antiquado que amarra, aprisiona, sufoca o brio das emoções e as mulheres, no seu quotidiano promíscuo, podem “legitimamente” experimentar ainda mais histórias, pelo que os filhos, em tudo isso, são um grande obstáculo.

A filosofia feminina da época contemporânea é contra os filhos, que já mata no próprio ventre, e que, quando nascem, os confia a maior parte do tempo ao Estado com a sua nociva escola a tempo inteiro, os seus psicólogos, os seus assistentes sociais e todo o aparato delegante. Uma escola agora muito distante dos princípios da natureza e dos princípios do Criador.

Observando a Virgem, tudo isso cai inexoravelmente. Duas pinturas extraordinárias do Romantismo do século XIX, a Madonna dell’Ostia, de Auguste-Dominique Ingres, e a Madonnina, de Roberto Ferruzzi, conduzem-nos, respectivamente, aos conceitos de Maria Co-Redentora e da sua dulcíssima maternidade, reapropriando-nos, assim, do verdadeiro culto sagrado por Maria Santíssima, tão hostilizada pelos protestantes (este tema é considerado pelo Papa Francisco como muito divisivo para o ecumenismo e para o diálogo com o feminismo), e do conceito sublime da maternidade, tendo a Virgem como farol e exemplo. 

No dia 22 de Maio, na Marcha pela Vida, na sua décima edição, será ocasião para reafirmar que a vida é sagrada e ninguém pode ter o direito de matar um inocente. Aí, nesse contexto, nos Fóruns Imperiais, precedida, às 09h00, por uma Santa Missa, na Igreja dos Santos Domingos e Sisto, no Angelicum, e, às 09h30, na Igreja de Santa Maria em Campitelli, será invocado o auxílio de Maria Santíssima, graças aos tantos sacerdotes, religiosos, religiosas e católicos que participarão.     

Cristina Siccardi       

Através de Corrispondenza Romana   

Fonte: https://www.diesirae.pt/2021/05/a-virgem-maria-modelo-feminino-perene.html?




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