São muitos os argumentos na aljava dos pregadores para restaurar a serenidade onde o mundo semeia ansiedade, medo, terror e desespero. Notas em vista da JMJ e contra a eco-ansiedade.

por Roberto Marchesini

Fico sabendo com certo espanto que nasceu uma nova e enésima psicopatologia: a eco-ansiedade ; e também descubro (com muito menos surpresa) que o remédio já foi encontrado: jogue fora a televisão . Tudo bem, os psicólogos também têm que trabalhar. No entanto, não estou nem um pouco preocupado e acho que tudo se resolverá muito em breve.

Começou a 38ª Jornada Mundial da Juventude em Lisboa e sei que vão participar várias centenas de milhares de jovens de todo o mundo, acompanhados por religiosos e sacerdotes. Quem, certamente, não perderá a oportunidade de contrariar este (mais um) mal-estar generalizado dos jovens com o método que mais lhes convém, nomeadamente a pregação.

De fato, são muitos os argumentos para a aljava dos pregadores restaurar a serenidade onde o mundo semeia ansiedade, medo, terror e desespero. Pensemos apenas nas numerosas passagens bíblicas nas quais Deus nos tranquiliza: «Não tenhas medo, porque estou contigo; não te percas, porque eu sou o teu Deus» (Is 41,10); "Não temas, eu te ajudo" (Is 41, 13); "Ainda que eu andasse por um vale escuro, não temeria mal algum, porque Tu estás comigo" (Sl 23); "O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem temerei?" (Sl 27); etc etc. Ou ao Evangelho, ao famosíssimo «Coragem, sou eu! Não tenha medo!" (Mc 6, 50). O que devemos temer se Deus está conosco? Deus é o bom pastor, que conhece as suas ovelhas uma a uma, chamando-as pelo nome (Jo 10); Ele nunca nos deixa e nunca nos abandona (Hb 13:5).

Ou poderiam preparar catequeses sobre o conceito da Providência divina, simplesmente baseando-se no Catecismo da Igreja Católica: «O testemunho da Escritura é unânime: a solicitude da Providência divina é concreta e imediata; cuida de tudo, desde as menores coisas até os grandes acontecimentos do mundo e da história. Com força, os Livros Sagrados afirmam a absoluta soberania de Deus sobre o curso dos acontecimentos: "O nosso Deus está nos céus, faz tudo o que lhe apraz" (Sl 115,3); e de Cristo se diz: "Quando ele abre, ninguém fecha, e quando ele fecha, ninguém abre" (Ap 3,7); "Muitas são as idéias na mente do homem, mas somente o plano do Senhor permanece firme" (Pv 19:21). [...] Jesus pede o abandono filial à providência do Pai celestial, que cuida das necessidades mais elementares de seus filhos: "Não se preocupem, portanto, dizendo: 'O que vamos comer? O que vamos beber? ' [...]. De fato, seu Pai celestial sabe que você precisa. Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6,31-33)" (§ 303, 305).

Por fim, querendo exagerar, poderiam lembrar aos jovens que, aconteça o que acontecer nesta terra, fomos feitos para o Céu, onde Ele “enxugará dos seus olhos toda lágrima; já não haverá morte, nem pranto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas já passaram” (Ap 21:4). "O bem que espero é tão grande", disse São Francisco, "que toda dor me encanta!"

Em suma, estou certo de que a JMJ de Lisboa vai dissipar as trevas da alma dos jovens, devolver a paz aos seus corações e um sorriso nos lábios. Eles conhecerão a alegria do único amor verdadeiro que desejamos, um amor infinito e incondicional; a presença divina que consola e tranquiliza; o escudo seguro de uma Igreja que protege os seus filhos das maldades do mundo. Esta alegria puríssima, esta serena imperturbabilidade que os jovens católicos experimentarão, contagia-se e, quando regressam a casa, difunde-se às suas famílias, amigos, locais de estudo e de trabalho. A eco-ansiedade e todas as angústias geradas pela modernidade serão derrotadas e o mundo voltará a buscar o bordão tranquilizador do Bom Pastor.

No entanto, podemos jogar fora a TV de qualquer maneira: não faz mal.

Fonte:https://lanuovabq.it/it/isaia-giovanni-e-gli-altri-preghiere-contro-lecoansia