Sinais do Reino


Artigos
  • Voltar






07/06/2018
O grande retorno da França ao catolicismo histórico

O grande retorno da França ao catolicismo histórico

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Na secular guerra cultural e religiosa contra a Igreja Católica desencadeada pela Revolução protestante, prosseguida pela Revolução Francesa, laica e igualitária, continuada por sua vez pela atual revolução marxista e o comuno-anarquismo gramsciano e sorboniano, está se definindo uma inversão de tendências.

https://1.bp.blogspot.com/-t1PZ9fTYzXg/WxfrHsviDbI/AAAAAAAAQws/zY-3Ra6h0sMRfyauoZlai-oLpiwIjfZIgCLcBGAs/s640/Manifesta__o%2Bcontra%2Bo%2B%2527casamento%2527%2Bhomossexual%2Bem%2BParis.jpg

A surpreendente rotação foi sagazmente analisada pelo escritor especialista no catolicismo Henri Tincq numa entrevista para a revista “Le Point”. Henri Tincq é um dos grandes bardos do “catolicismo progressista” protocomunista que mina a prática católica na França desde o Concílio Vaticano II.

Também é especialista em outras religiões, escreve no "Slate" e em “Le Monde des Religions”, e acaba de publicar o livro “La Grande Peur des Catholiques de France” (O Grande Medo dos Católicos da França).

Nele lança um gemido de alerta contra “a tentação conservadora, leia-se reacionária” que vê espalhar-se na Igreja Católica francesa. Essa é tão grande que Tincq afirma “não mais reconhecer a minha Igreja” progressista, socialista, sindicalista e revolucionária. Pois ele foi criado “nos famosos movimentos da Ação Católica” e sente-se parte de uma “geração herdeira das grandes reformas do Concílio Vaticano II (1962-1965)”.

https://2.bp.blogspot.com/-AHwcClP-Wjs/Wxfp7RlzgMI/AAAAAAAAQwU/kywzryu1UxM_vvnf92OA1m27mDmOJSVhACLcBGAs/s640/Mosteiros%2Btradicionais%2Batraem%2Bmuitas%2Bvoca%25C3%25A7%25C3%25B5es.%2BFoto%2Babadia%2Bde%2BLagrasse.jpg

Mosteiros tradicionais atraem muitas vocações, mas os seminários 'modernos' fecham.
Foto: Abadia de Lagrasse.

A dita geração abriu-se ao mundo moderno no que tem de pior, iniciou o ‘diálogo’ convergente com falsas crenças e ateus. Esse catolicismo revolucionário gerou na França camadas de políticos e sindicalistas de esquerda.

Mas, lamenta Tincq, a França hoje se move em sentido inverso: os jovens abandonam o mundo laicista democratizado e vão procurar na Igreja valores e modelos seguros e visíveis: a fé. Por certo, não vão para a ‘Igreja progressista’ e procuram a Igreja Católica em sua autenticidade, dita “conservadora” e/ou “tradicionalista”.

Tincq conta que nos seus primeiros anos, os jovens abandonavam a Igreja para se entregar ao mundo. Hoje, abandonam o mundo e ingressam nessa Igreja Católica de sempre, abandonada pelas gerações de pais e avós. Ele observa que 48% dos eleitores franceses votou pelo candidato de direita François Fillon, o que o deixou “gelado”.

O moderno “catolicismo praticante” engrossa as manifestações contra o aborto e o “casamento homossexual”. Mas, diz ele, “aquilo que mais me surpreende e entristece é que a Conferência Episcopal Francesa não foi capaz de convocar os fiéis para formar uma barragem” contra a ‘extrema direita’. Nas décadas anteriores, o episcopado dava orientações conformes à leitura revolucionária do Evangelho em nome do Vaticano II, disse Tincq a “Le Point”.

Mas a realidade francesa mudou: onda de atentados terroristas, entrada assustadora de migrantes, perda da identidade cultural e religiosa, soberania nacional ameaçada pela União Europeia, medo do Islão, recusa da hegemonia cultural e moral da esquerda iniciada em 1968, medo do laicismo militante e agressivo contra os símbolos católicos.

https://3.bp.blogspot.com/-3WZV2KLsY_k/WxfqRU0pUBI/AAAAAAAAQwc/luZGmishCNoeXpjDPK7p0a7hBnfs6zL9gCLcBGAs/s640/O%2Bretorno%2Bdo%2Banel%2Bque%2Bteria%2Bsido%2Bde%2BSanta%2BJoana%2Bde%2BArco%2Bmobilisou%2Ba%2Brea%25C3%25A7%25C3%25A3o%2Bconservadora%2Bna%2BFran%25C3%25A7a.jpg

O regresso a França do anel de Santa Joana d'Arc mobilizou as "tropas".

Multiplicam-se as vocações monásticas tradicionais, cresce o movimento de retorno às liturgias ‘extraordinárias’ e há uma retomada das devoções tradicionais que fogem da modernice que esterilizou seminários e ordens religiosas.

E isso acontece enquanto os “católicos de esquerda quase desapareceram”. A suas últimas e escassas atividades são “eclipsadas pelas manifestações multitudinárias tipo ‘Manif pour tous’, pelos blogs e as publicações de católicos ‘identitários’”, lamenta o militante do velho catolicismo revolucionário.

Tincq sublinha que “o catolicismo audaz e progressista do Papa” está cada vez mais “cortado dessa parte da Igreja”. Mais da metade do clero francês criado como Tincq tem hoje mais de 75 anos e os seus seminários fecharam ou estão vazios.

https://4.bp.blogspot.com/-GBGJRqmfSmA/Wxfqp4kIRbI/AAAAAAAAQwk/aJL-vErQsnoouc1TtDnkdgZ7Ykhh8MsggCLcBGAs/s640/Missa%2Bde%2Brequiem%2Bpelo%2Brei%2Bguilhotinado%2BLuis%2BXVI%252C%2Blota%2Bigreja%2Bde%2BSaint-Eug%25C3%25A8ne-Sainte-C%25C3%25A9cile%2Btodos%2Bos%2Banos.jpg

A Missa de Requiem pelo Rei Luís XVI, morto na guilhotina enche todos os anos a igreja de Saint-Eugène-Sainte-Cécile, em Paris.

Via 'Valores inegociáveis: respeito à vida, à família e à religião'

Fonte:http://senzapagare.blogspot.com/2018/06/o-grande-retorno-de-franca-ao.html




Artigo Visto: 1128

 




Total Visitas Únicas: 6.310.461
Visitas Únicas Hoje: 401
Usuários Online: 83