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22/01/2016
Brasil pode ter quase 1 em cada 5 novos desempregados do mundo em 2017, diz OIT

Brasil pode ter quase 1 em cada 5 novos desempregados do mundo em 2017, diz OIT

    19 janeiro 2016

Quase um em cada cinco novos desempregados do mundo em 2016 e 2017 virá do Brasil. A estimativa é da Organização Mundial do Trabalho (OIT), que em seu mais recente relatório sobre empregabilidade, divulgado neste terça-feira, acredita que 700 mil brasileiros se somarão ao contingente de desempregados até o ano que vem, de um total que pode chegar a 3,4 milhões de pessoas ao redor do planeta.

http://ichef-1.bbci.co.uk/news/ws/660/amz/worldservice/live/assets/images/2016/01/19/160119130308_desemprego_abre_640x360_thinkstock_nocredit.jpg

 Mundo terá 200 milhões de desempregados em 2017

O país é citado diversas vezes no documento como exemplo de mercado de trabalho em apuros. Segundo a OIT, economias emergentes como a brasileira serão as que mais sofrerão com o desemprego em 2016.

Em meio à crise econômica e à recessão, a sangria no mercado de trabalho do Brasil já foi sentida em 2015: nos 12 meses até novembro, foram perdidas cerca de 1,5 milhão de vagas formais no país.

A China, que acaba de divulgar seu menor índice de crescimento em 25 anos, por exemplo, terá 800 mil desempregados a mais nos próximos dois anos. A desaceleração do país – que é um grande exportador e também grande comprador de matéria-prima, inclusive do Brasil – é um dos principais fatores por trás do recuo no emprego global, segundo a OIT.

A entidade chama a atenção também para a possibilidade de uma acentuação do desemprego caso países emergentes adotem medidas de austeridade – pelos cálculos da OIT, isso poderia criar um contingente extra de 2 milhões de desempregados, inclusive no Brasil.

Mas a organização também cita como causas do desemprego a freada em investimentos de longo prazo, a diminuição nas populações economicamente ativas e os grandes níveis de desigualdade social ao redor do mundo.

"O ambiente econômico instável, associado a fluxos de capital voláteis, a mercados financeiros ainda disfuncionais e à escassez de demanda global continuam a afetar as empresas e a desencorajar o investimento e a criação de empregos", explica Raymond Torres, diretor do Departamento de Pesquisa da OIT, em comunicado do órgão.

http://ichef-1.bbci.co.uk/news/ws/624/amz/worldservice/live/assets/images/2015/12/07/151207103109_plantacao_soja_640x360_afp_nocredit.jpg

A queda na demanda por commodities brasileiras é apontada como uma das causas para aumento no desemprego

Índices

Para a OIT, o desemprego no Brasil será de 7,7% em 2016 e 7,6% em 2017 – índices abaixo da União Europeia (na casa de 9%), mas acima de China, Índia e Rússia. A média geral dos países emergentes ficará abaixo de 6% na projeções da OIT.

A entidade menciona o impacto da desaceleração chinesa na economia brasileira sob a forma da redução na demanda por commodities, que de acordo com as mais recentes estatísticas oficiais derrubou em 13% as exportações para o país asiático, o principal parceiro comercial brasileiro desde 2009.

O Brasil também aparece de forma negativa em um ranking da OIT sobre vulnerabilidade empregatícia – índice que inclui, por exemplo, os trabalhadores autônomos. Com uma taxa de 24%, o país tem um dos piores desempenhos entre as grandes economias: apenas China e Índia, cujas populações são pelo menos cinco vezes maiores que a brasileira, apresentam índices de vulnerabilidade mais acentuados.

A OIT vê um quadro de fraqueza estrutural a longo prazo e estima que, desde 2007, o número mundial de desempregados tenha crescido pelo menos em 27 milhões de pessoas, impulsionado pela grande crise financeira global de 2008-09.

De acordo com a entidade, o número total de desempregados no mundo ultrapassará a marca de 200 milhões de pessoas até 2017. E pelo menos 1,5 bilhão de pessoas está em situação de emprego vulnerável.

Fonte:http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160119_brasil_desemprego_oit_fd

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Crise política derruba Brasil para sua pior posição em ranking de qualidade democrática

21 janeiro 2016

A crise política envolvendo o escândalo de corrupção na Petrobras e a tramitação do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, bem como o pessimismo nacional com o cenário político, fizeram com que o Brasil caísse para sua pior posição em um ranking da Economist Intelligence Unit (EIU) sobre a "qualidade democrática" de 167 países.

http://ichef.bbci.co.uk/news/ws/660/amz/worldservice/live/assets/images/2016/01/21/160121163104_brasilia_640x360_thinkstock_nocredit.jpg

'Não me lembro de ter visto atmosfera tão pessimista no Brasil', diz autor do estudo

Fernando Duarte Da BBC Brasil em Londres

A 10ª edição do estudo, publicado pela empresa de análise e consultoria pertencente ao grupo da revista The Economist, traz o Brasil em 51º lugar, sete postos abaixo de sua melhor posição, ocupada entre 2013 e 2015.

O Brasil se encaixou na categoria de "democracia falha" e ficou atrás de diversos vizinhos latino-americanos, de países africanos e mesmo do Timor Leste, nação asiática que se tornou independente da Indonésia há apenas 14 anos.

A nota dada pelo ranking à democracia brasileira caiu de 7,38 em 2014 para 6,96 (de um máximo de 10) no ano passado.

Além das análises de especialistas, houve pesquisas de opinião pública para medir os níveis de satisfação do público com a política. E, de acordo com Rodrigo Aguilera, analista de América Latina da EIU, as respostas dadas pelos entrevistados no Brasil foram marcadas pelo desânimo.

'Fraqueza'

"Estou envolvido com o estudo há oito anos e não me lembro de ter visto uma atmosfera tão pessimista no Brasil. Os dados são muito ruins", disse Aguilera à BBC Brasil.

Sob o título de A Democracia em Tempos de Ansiedade, o estudo levou em conta um grupo de cinco fatores para determinar a classificação dos países: processo eleitoral e pluralismo, liberdades civis, funcionalidade governamental, participação política e cultura política.

Com base nos pontos em cada quesito, os países foram classificados como "democracias completas", "democracias falhas", "regimes híbridos" e "regimes autoritários".

"Democracias falhas" seriam países que, apesar de terem eleições livres e respeito às liberdades civis básicas, apresentam o que os autores do estudo classificam como "fraquezas significativas" em outros aspectos da democracia - problemas de governança e de cultura política, assim como baixos índices de participação política da população.

"O problema do Brasil não é uma questão de eleições livres e com credibilidade, mas sim um quadro em que as pessoas parecem ter perdido a fé no voto como forma de combater a corrupção. É isso que chamamos de uma democracia falha", diz Aguilera.

Pontuação

O Brasil recebeu sua pior nota justamente no quesito de cultura política (3,75 de um máximo de 10, uma pontuação influenciada por uma metodologia que desconta pontos de nações em que o voto é compulsório). A maior nota do país foi em processo eleitoral (9,75).

Mas ficou atrás, por exemplo, de Ilhas Maurício, Uruguai, Costa Rica, Botsuana, Chile, Taiwan e Argentina. O Uruguai foi a única nação sul-americana a aparecer na categoria de "democracia completa".

Diversos outros países apareceram como "democracias falhas": a classificação foi aplicada a nações que obtiveram menos que média 8 no ranking - no caso, os que ficaram colocados entre a 21ª (Itália) e 79ª (Montenegro) posições da lista.

O Brasil foi citado especificamente pela Economist Intelligence Unit por causa da crise política detonada pelo escândalo de corrupção da Petrobras e a abertura do pedido de impeachment de Dilma Rousseff.

O estudo alerta que as populações na América Latina historicamente toleraram níveis menores de democracia em troca de progresso econômico. "Mas como essa troca não é mais possível, as atitudes públicas contra os líderes políticos serão cada vez mais hostis", diz o texto.

Aguilera, porém, acredita que os recentes desdobramentos da operação Lava Jato, em especial a prisão de políticos e empresários, poderão restaurar um pouco da confiança da população. "O Brasil está fazendo um trabalho melhor que o México, por exemplo. E não creio que a situação possa ficar pior do que está".

De acordo com a classificação da EIU, mais de um terço da população mundial (2,6 bilhões de pessoas) vive sob algum tipo de ditadura e apenas 8,9% da população mundial vive em "democracias completas".

Os países com a melhor pontuação - e, portanto, as democracias consideradas mais completas - são os países nórdicos Noruega, Islândia e Suécia. Os piores colocados no ranking são Chade, Síria e Coreia do Norte.

Fonte:http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160120_ranking_democracia_brasil_fd




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