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19/07/2020
Faleceu Dom Henrique Soares da Costa

Faleceu Dom Henrique Soares da Costa

19-07-2020

Dom Henrique Soares da Costa, bispo de Palmares (Pernambuco), tinha 57 anos

Dom Henrique Soares da Costa

Redação da Aleteia 

É com imensa tristeza que neste dia 18 de julho, comunicamos o falecimento, no Hospital Memorial São José, em Recife/PE, do nosso Bispo Diocesano, Dom Henrique Soares da Costa, vítima da Covid-19.

Dom Henrique Soares da Costa é natural de Penedo-AL e foi ordenado sacerdote pela Arquidiocese de Maceió, tendo, em 2009, sido nomeado pelo então Papa Bento XVI como Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Aracaju, em Sergipe.

Dom Henrique Soares da Costa

Em 2014, sucedeu ao nosso bispo emérito, Dom Genival Saraiva de França, sendo o terceiro bispo da Diocese de Palmares, nomeado pelo Papa Francisco.

Nestes seis anos conduzindo o Povo de Deus da Diocese de Palmares, Dom Henrique sempre esteve junto ao seu clero sendo como ele mesmo afirmava: “Pai e Pastor”.

Agradecemos a todos pelas orações e preces pelo nosso Bispo nestes dias em que esteve entregue à vontade de Deus, tendo sido chamado por Ele à eternidade. Da mesma forma, agradecemos à família de Dom Henrique por ter confiado a sua vida e vocação à Igreja do Senhor.

O corpo de nosso Pastor Diocesano deve chegar nas próximas horas a Palmares.

Qualquer atualização, divulgaremos pelas redes sociais oficiais da Diocese de Palmares/PE.

Sagrado Coração de Jesus, temos confiança em vós!

Último artigo

No site da diocese, em seu último artigo publicado dia 30 de junho de 2020, o bispo escreveu sobre “Pedro e a Igreja e Pedro na Igreja”, no qual aprofundou o papel de Pedro e Paulo, apóstolos, na edificação da Igreja de Cristo.

“Os dois eram como um só! E ainda, para terminar o mais importante: o amor manifestado na total coerência de vida, na entrega de toda a existência doada a Cristo Senhor, o Messias, o Filho do Deus vivo: ‘Amemos a fé, a vida, os trabalhos, os sofrimentos, os testemunhos e as pregações destes dois apóstolos’. Sem isto, nenhum ministério pastoral na Igreja é legítimo ou digno do Cristo, Bom e único Pastor do rebanho!”, escreveu.

Dom Henrique é o terceiro bispo falecido nos últimos três meses no Regional Nordeste 2, que abrange os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Os outros foram Dom Aldo di Cillo Pagotto, também vitimado pela Covid-19, e Dom Valério Breda, bispo de Penedo (AL).

Nota de Pesar da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

É com pesar que a Conferência Nacional dos Bispo do Brasil (CNBB) compartilha a dor da perda de dom Henrique Soares da Costa, bispo diocesano de Palmares (PE), vítima da Covid-19. A CNBB expressa sua solidariedade aos diocesanos e familiares de dom Henrique Soares, ao Regional Nordeste 2 que, em pouco tempo, perde o terceiro bispo.

Rezamos pelo descanso eterno desses bispos, particularmente hoje por dom Henrique Soares, e também pelas inúmeras vítimas desta pandemia do novo Coronavírus. Que o Deus da vida a todos console e fortaleça.

Brasília-DF, 18 de julho de 2020

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBB

Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima (RR)
Segundo Vice-Presidente da CNBB

Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB

Biografia

Nascido em Penedo em 11.04.63 e criado em Junqueiro – Alagoas, Diocese de Penedo
Filho de Lourival Nunes da Costa e Maria Francisca Tereza Soares da Costa
Bacharel em Filosofia pela Universidade Federal de Alagoas
Bacharel em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma
Mestre em Teologia Dogmática pela Universidade Gregoriana, em Roma, com especialização em Eclesiologia
Professor de Teologia no Seminário Provincial Nossa Senhora da Assunção, em Maceió
Professor de Teologia no Curso de Teologia do CESMAC, em Maceió
Diretor e Professor de Teologia no Instituto Nossa Senhora do Livramento, em Maceió
Capelão do Mosteiro da Santíssima Trindade, das Servas da Ssma. Trindade de Rovigo
Professor de Teologia do Seminário Diocesano de Caruaru
Professor de Teologia do Instituto Franciscano de Teologia de Olinda
Professor de Teologia no Instituto Sedes Sapientiae, em Recife
Vigário Episcopal para os Leigos da Arquidiocese de Maceió
Pregador de Retiros para Sacerdotes, Religiosos, Monges e Leigos
Reitor da Igreja de Nossa Senhora do Livramento, em Maceió
Cônego do Cabido da Catedral Metropolitano de Maceió
Membro do Conselho de Cultura do Estado de Alagoas representando a Arquidiocese de Maceió
Membro do Conselho Presbiteral da Arquidiocese de Maceió
Coordenador da Comissão de Educação Política da Arquidiocese de Maceió
Articulista em vários jornais da cidade de Maceió, do Jornal da Cidade, em Aracaju e editorialista e articulista do jornal arquidiocesano O Semeador, em Maceió
Bispo Titular de Acúfida e Auxiliar e Vigário Geral de Aracaju desde 2009
Apresentador do programa dominical Hora Católica, pela Rádio Cultura de Sergipe
Bispo referencial para os Religiosos do Regional Nordeste III da CNBB
Vice-Presidente da Região Pastoral Sergipe do Regional Nordeste III
Bispo da Diocese de Palmares – PE

Palmares-PE, 18 de julho de 2020

Fonte: Núcleo Diocesano da Pascom

Fonte:https://pt.aleteia.org/2020/07/19/brasil-bispo-morre-de-covid-19/?

Por que o povo católico chora a morte de Dom Henrique?

19 de julho de 2020

Por FratresInUnum.com

A notícia do falecimento de Dom Henrique Soares da Costa, bispo de Palmares-PE, mal tinha começado a ser divulgada, e se desencadeava uma onda enorme de comoção por todo o Brasil, comoção especialmente saliente nas redes sociais. Pessoas de todos os lugares do país, especialmente jovens, lamentaram a morte do bispo como se fosse a morte de seu próprio bispo diocesano, de seu pai, de seu amigo… Nunca se viu uma lamentação tão sentida pela morte de um bispo como foi a de Dom Henrique Soares. Por quê?

Homem de oração, depois de ser monge beneditino e trapista, tendo abandonado a vida contemplativa por limitações de saúde, Dom Henrique transparecia uma espiritualidade verdadeira, de modo que suas palavras eram carregadas de uma força sobrenatural.

Pregador assíduo, utilizava todos os meios possíveis, inclusive as redes sociais, para ensinar a doutrina católica, respondendo perguntas simples ou sofisticadas, mas sempre com sabedoria, erudição e eloquência.

Exemplar, tinha um porte respeitoso, casto, varonil e paterno, que conciliava a firmeza e o carinho numa harmonia rara, tão ausente hoje em nossa sociedade.

Dom Henrique não era um bispo de aeroporto ou de WhatsApp, distante das ovelhas ou frio com o clero, não era um burocrata politicamente correto, um administrador que visava somente os ganhos econômicos, não se preocupava consigo mesmo, antes, morreu por sua abnegação: zeloso por seu ministério episcopal, deixou a saúde própria por último.

Dom Henrique falava como um pastor e não como membro de uma corporação. É por isso que suas palavras vinham do coração, pois ele não estava falando para ser admirado pelos seus pares no episcopado, mas para ser entendido pelo povo mais simples e católico.

O povo fiel sente hoje a sua ausência como uma orfandade porque encontrava nele um bispo-bispo, não um bispo politiqueiro, um bispo membro de uma ONG, um bispo gerente de uma empresa, um bispo apresentador de programa de televisão, um bispo incoerente com sua vocação ou laicizado e de moral duvidosa. Não, ele realmente era um bispo-bispo.

Apesar de defender o Concílio Vaticano II e de não ter nunca celebrado publicamente uma missa tridentina – antes, era um entusiasta da tal “hermenêutica reforma na continuidade” e da “reforma da reforma” –, ele efetivamente era alguém que sabia compaginar a nova liturgia com elementos tradicionais, sobretudo com a piedade e a devoção que os sacramentos requerem por sua própria natureza. Embora compreendesse a crise da Igreja a seu modo, nele transbordava o que nem o Vaticano II e suas reformas puderam eliminar: a fé viva em Nosso Senhor Jesus Cristo.

Era um bispo que carregava o odor daquela tradição católica amada pelo povo, mas odiada por tantos que aprenderam nos seminários a serem brutais e iconoclastas.

Ele se parte e deixa um vazio. É como se os católicos tivessem perdido uma perna e, de repente, tudo ficasse um pouco mais difícil nesse quadro eclesiástico tão nebuloso que vivemos.

Se o nosso clero fosse humilde e sábio – e que o seja! – tiraria as lições desta comoção nacional e começaria a refazer o caminho de retorno para aquela pátria espiritual católica cuja nostalgia faz hoje nosso povo tanto sofrer. Talvez o desaparecimento de Dom Henrique possa despertar os tímidos, os fracos, os deprimidos a voltarem ao front desta batalha pela fé e assumirem o protagonismo que lhes cabe, sem políticas nem concessões, sendo uma imagem corajosa do Cristo Sacerdote que todo padre deveria ostentar.

Com caixão lacrado, em cerimônia rápida, Dom Henrique foi sepultado às pressas, como mais um contaminado pelo vírus chinês. Decerto, ofereceu sua vida pela Igreja e teve a sua oferenda aceita. Que a sua morte possa trazer vida à nossa religião tão castigada justamente por aqueles que deveriam defendê-la.

— Adeus, Dom Henrique! 

Fonte:https://fratresinunum.com/2020/07/19/por-que-o-povo-catolico-chora-a-morte-de-dom-henrique/?




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