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03/10/2013
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Francisco vai refazer Constituição do Vaticano

Grupo começa a se reunir nesta terça-feira com o pontífice para reformar a Igreja e ainda deve opinar sobre temas diversos, incluindo casamento e divórcio

30 de setembro de 2013 | 22h 57
 
Jamil Chade

Sob as ordens do papa de "rasgar e rescrever" a Constituição Apostólica, oito cardeais começam nesta terça-feira, 1º de outubro, as reuniões com Francisco para reformar o Vaticano, sua burocracia, suas operações e a forma pela qual se comunica com fiéis e o mundo. A meta será a de dar maior voz aos bispos de todo o mundo e, de certa forma, descentralizar parte das ações da Santa Sé.

 - L'osservatore Romano/EFE
L'osservatore Romano/EFE

Em abril, o papa anunciou a escolha de oito cardeais que iriam liderar o processo de reforma e que, durante os últimos meses, coletaram centenas de propostas de todo o mundo e prepararam um informe de mais de 500 páginas.

O líder do grupo, o cardeal Oscar Rodríguez Maradiaga, revelou que o pedido do papa não era apenas de mudar "isso ou aquilo" na Constituição, conhecida como Pastor Bonus. "Essa Constituição acabou", disse Maradiaga, se referindo aos textos que foram emitidos em 1988 pelo papa João Paulo II. "Vamos fazer algo diferente. Precisamos escrever algo diferente", disse o cardeal, em entrevista a uma TV canadense.

Mas a reforma da Constituição é apenas parte do processo. O papa pediu ao grupo a opinião sobre o casamento e a possibilidade de divorciados que voltem a se casar poderem comungar, sobre o sínodo dos bispos e sobre a relação entre a Igreja de base e a Igreja em Roma. Segundo o Estado apurou, parte das propostas indica um equilíbrio entre uma flexibilização da posição da Igreja e a manutenção dos dogmas intactos.

Fontes no Vaticano admitiram ao Estado que há um sentimento nos últimos dias entre a Cúria de "expectativa e nervosismo". "Essa será a maior obra de Francisco na Igreja e ele sabe que poderá abalar as estruturas do Vaticano", reconheceu um religioso na Santa Sé, que pediu para não ser identificado.

Para fazer a reforma, Francisco escolheu seu G8 (grupo de oito cardeais), mas deixou claro que queria que as propostas fossem coletadas da base. A estratégia é mostrar àqueles que resistem às mudanças que, na prática, o papa apenas está escutando as realidades de diferentes bispos pelo mundo. "Francisco quer usar sua base como seu próprio escudo", contou outro diplomata.

Um temor do grupo que apoia o papa é que a implementação de qualquer uma das propostas de reforma acabe criando um mal-estar político dentro da Cúria. Não por acaso, no fim de semana, o papa deu claras indicações de que não aceitará que a Santa Sé se transforme em um local de disputa de poder. No sábado, em uma conversa com a segurança do Vaticano, ele ordenou que os policiais não hesitem em punir quem praticar "fofoca". "Isso é uma guerra travada com a língua", disse. "Aqui não pode haver isso."

Escuta. Na reunião desta terça, o papa vai mais escutar do que falar. Cada um dos cardeais apresentará sua avaliação. Mas todos no Vaticano insistem que, nesta semana, nenhuma decisão será tomada. Para Maradiaga, nada do que vai começar a ser realizado besta terça-feira poderá ser concluído em "um ou dois meses". "Esse será um processo longo."

Fonte:http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,francisco-vai-refazer-constituicao-do-vaticano,1080562,0.htm

Papa fará reforma histórica, diz relatório

O papa Francisco se reúne com o grupo de oito cardeais - AP

O papa Francisco se reúne com o grupo de oito cardeais

Texto de cardeais nomeados por Francisco deve pedir mudanças cruciais no Vaticano

29 de setembro de 2013 | 2h 03

 
JOSÉ MARIA MAYRINK - O Estado de S.Paulo

O relatório dos oito cardeais nomeados há cinco meses pelo papa Francisco para ajudá-lo no governo da Igreja vai além da reforma da Cúria Romana, a administração do Vaticano. Ele deve abordar temas como o ecumenismo, o papel da mulher na Igreja e questões da vida cotidiana dos fiéis, em um cenário de mudança que se assemelha ao que antecedeu à reunião do Concílio Vaticano II.

O cardeal hondurenho Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, coordenador do G-8, como está sendo chamada a comissão, informou ao bispo de Jales (SP), d. Demétrio Valentini, que chegaram a suas mãos mais de 500 páginas com sugestões enviadas por bispos, teólogos e leigos de todos os continentes.

Francisco se reunirá com o G-8 de terça a quinta-feira, para analisar as propostas. A reunião tem caráter consultivo, pois todas as decisões serão tomadas pelo papa. É apenas o início de um trabalho que se prolongará por alguns anos, à semelhança do que ocorreu na instalação do Concílio Vaticano II, quando o papa João XXIII pediu socorro ao episcopado e a consultores para a proposição de temas a serem discutidos.

Lançada a ideia de uma reunião ecumênica, em 1959, era necessário organizar uma pauta para a renovação da Igreja. O Vaticano II durou três anos, de 1962 a 1965, após três anos de preparação. João XXIII morreu em junho de 1963, após a primeira sessão. Seu sucessor, Paulo VI, levou o projeto adiante.

Alguns dos principais temas do Vaticano II deverão ser retomados, acrescentando-se várias inovações às questões que revolucionaram a Igreja, 50 anos atrás. Sobressaem o papel dos bispos na condução das dioceses, a colegialidade entre o episcopado mundial e o papa, o ecumenismo e o diálogo com outras religiões, a formação do clero, a valorização da participação da mulher na pastoral e na administração da Igreja, assim como uma nova visão em relação a itens cruciais na vida cotidiana. Propõe-se também que as conferências episcopais participem da eleição do papa.

"A reaproximação com os ortodoxos está mais que madura para se chegar à unidade dos cristãos", afirmou d. Demétrio, registrando os grandes passos dados nos últimos anos na discussão teológica que se estendeu também aos protestantes, especialmente aos luteranos e anglicanos. Em seus primeiros seis meses de pontificado, o papa incentivou também o diálogo com judeus e muçulmanos, em defesa de valores comuns às três religiões monoteístas.

Outra inovação deverá ser a ampliação da participação dos leigos, homens e mulheres, na liturgia e na administração dos sacramentos. A ordenação de homens casados para levar a eucaristia a comunidades carentes de padres tem boas chances de ser aprovada. Não se trata de "distribuidores de hóstias", mas de sacerdotes ordenados, adverte o bispo de Jales. A ordenação de mulheres, reivindicação recorrente desde o Concílio Vaticano II, é uma questão ainda fora da pauta, pela resistência que provoca, sobretudo após o papa João Paulo II ter-se oposto a ela.

Antecipando-se ao prazo para a apresentação das sugestões, o papa fez várias nomeações no governo central da Igreja, confirmando e demitindo colaboradores. A mudança mais importante, anunciada em 31 de agosto, foi a demissão do secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, de 78 anos, que será substituído pelo arcebispo Pietro Parolin, de 58 anos, diplomata de carreira, que foi núncio apostólico na Venezuela.

Bertone declarou ter sido vítima de "uma rede de corvos e cobras". No cargo desde 2006, homem de confiança do papa emérito Bento XVI, seu nome foi envolvido em denúncias de escândalos, incluindo a manipulação de dinheiro no Banco do Vaticano. Ele foi muito criticado nas congregações gerais, reuniões de cardeais preparatórias para o conclave que elegeu Francisco em março. Sua substituição era esperada.

Fonte:http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,papa-fara-reforma--historica-diz-relatorio-,1079962,0.htm



 




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